Author(s):
Santos, Lisete Neves dos
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.21/8533
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa
Subject(s): Otorrinolaringologia; Provas calóricas; Reflexo vestíbulo-ocular; Vertigem; Videonistagmografia; Video Head Impulse Test; Otolaryngology; Caloric test; Vestibulo-ocular reflex; Vertigo; Videonystagmography
Description
Mestrado em Gestão e Avaliação de Tecnologias em Saúde
A primeira pessoa que desenvolveu um modelo para avaliar o labirinto humano foi Robert Bárány, otorrinolaringologista austro-húngaro que ganhou por isso o prémio Nobel em 1914. Ele desenvolveu a chamada prova calórica (PC), que é uma prova em que se coloca água dentro dos ouvidos do doente, gerando um movimento nos olhos (nistagmo). Até recentemente, esta prova manteve-se como o único modelo de avaliar a função dos canais semicirculares horizontais (CSChs) e faz parte do exame chamado videonistagmografia (VNG). Observar e medir os movimentos dos olhos que nos dá a informação a respeito do funcionamento dos CSChs. Muitos doentes, no entanto, sentem grande desconforto ao serem submetidos a esta prova e, muitos, inclusive, recusam-se a repeti-la pois o exame desencadeia uma crise de vertigem. Os métodos neurofisiológicos que testam a integridade dos circuitos do sistema vestibular central e periférico são essenciais para alcançar um diagnóstico preciso na prática clínica. Atualmente, essa avaliação é realizada principalmente pela análise dos movimentos oculares originados pela estimulação dos CSCs, nomeadamente a estimulação calórica e os impulsos cefálicos. A quantificação dos parâmetros dinâmicos do reflexo vestíbulo oculomotor (RVO) bem como a caraterização dos movimentos oculares rápidos (QEM, Quick Eye Movements) desencadeados com os impulsos cefálicos podem agora ser avaliados de forma fácil e não invasiva com o Video Head Impulse Test (vHIT), exame que surgiu recentemente e que também permite avaliar a função dos CSCs. Se o RVO estiver intacto, o doente será capaz de manter a fixação, não se observando qualquer movimento rápido do olho, denominando-se o Head Impulse Test (HIT) de normal ou negativo. Pelo contrário, se o RVO não for compensatório, o olho acompanhará a cabeça durante a rotação impulsiva pelo que no final do impulso será necessário realizar uma sacada de refixação ocular para recolocar o alvo na fóvea, denominando-se o vHIT de positivo ou patológico.