Document details

Portugal na Guerra da Sucessão de Espanha: cartas de Francisco de Sousa Pacheco a D. Luís da Cunha. 1700-1706

Author(s): Alves, Hugo Alexandre Portugal Cunha

Date: 2014

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10071/10197

Origin: Repositório ISCTE

Subject(s): Portugal; Guerra da Sucessão de Espanha; Diplomatas; Correspondência; War of the Spanish Succession; Diplomats; Correspondence


Description

Quando o século XVII se aproximava do seu fim, Portugal mantinha-se desde há algum tempo alheado dos últimos conflitos internacionais. Considerando a paz e a estabilidade alicerces fundamentais para a consolidação da independência nacional, D. Pedro II decidira inicialmente não se envolver nas disputas europeias. Porém, a ausência de herdeiro direto ao trono espanhol obrigou-o a manter-se vigilante, ouvindo diferentes pareceres. Apesar de, no reino, serem muitos os que preferiam a neutralidade, a constituição dos dois blocos político-militares no continente não permitia ao país manter-se alheado das querelas dinásticas do exterior. O conselho de estado teve de centrar as suas discussões na política externa, pelo que as informações enviadas pelos diplomatas assumiriam particular importância, pois seria nelas que os conselheiros recolheriam argumentos para elaborarem os pareceres destinados ao monarca. Francisco de Sousa Pacheco foi nomeado enviado extraordinário nas Províncias Unidas em 1693 e aí permaneceu até 1709. Na sua missão, observou as negociações da paz de Ryswick, sanou um diferendo entre Portugal e o Sacro-Império e acompanhou as movimentações internacionais da Guerra da Sucessão de Espanha, enviando sucessivas notícias europeias, políticas e militares, à corte portuguesa e outros diplomatas do reino. Entre 1700 e 1706 o ministro português acreditado na república holandesa escreveu mais de seiscentas cartas a D. Luís da Cunha, enviado extraordinário de Portugal em Inglaterra entre 1697 e 1712; nessa correspondência informal, com espaço para o registo privado, partilhou a sua mundividência política, nomeadamente sobre o equilíbrio de poderes europeu, mas também aspetos do seu quotidiano.

When the 17th century neared its end, Portugal remained oblivious to international conflicts for some time. King Pedro II initially decided not to get involved in European disputes considering peace and stability essential foundations for the consolidation of national independence. However, the absence of a direct heir to the Spanish throne made him remain vigilant and listen to different opinions. In spite of many preferring neutrality within Portugal, the constitution of two political and military blocs in Europe did not allow the country to remain oblivious to the dynastic quarrels. The state council had to focus their discussions on foreign policy, so information sent by the diplomats was particularly important, because it was from this that advisers collected arguments to conceive opinions for the monarch. Francisco de Sousa Pacheco was appointed envoy extraordinary to the United Provinces in 1693 and remained there until 1709. During his mission he observed peace negotiations of Ryswick, sorted out a dispute between Portugal and the Holy Roman Empire and followed international movements of the War of the Spanish Succession by sending European political and military news to the Portuguese court and other Portuguese diplomats. Between 1700 and 1706 the Portuguese minister accredited in the Dutch republic wrote more than six hundred letters to Luis da Cunha, envoy extraordinary of Portugal to England between 1697 and 1712. In this informal correspondence, that allowed private speech, he shared his political vision, particularly on the European balance of powers, but also aspects of his daily life.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Related documents

No related documents