Author(s):
Costa, Rogério Aurélio das Neves
Date: 2002
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/459
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Subject(s): Psicossomática; Hipertiroidismo; Instrumentos; Família; Psychosomatics; Hyperthyroidism; Family
Description
Dissertação de Mestrado em Psicossomatica
O objectivo do presente trabalho é a caracterização de uma população sofrendo de hipertiroidismo, avaliada numa perspectiva multidimensional, que inclui as vertentes biológica, comportamental e relacional. Na Primeira Parte da dissertação é feita uma revisão temática do hipertiroidismo e dos contributos teóricos adquiridos ao longo das formações nas áreas da Medicina Familiar e da Psicossomática. Nesta revisão mereceram destaque a influência patogénica dos acidentes de vida no desencadear de diversas doenças, nomeadamente o hipertiroidismo; a relevância do padrão comportamental; o valor do cortisol salivar como marcador da doença psicossomática e a importância da função do imaginário na manutenção da homeostase. A Segunda Parte contempla o trabalho de campo, a discussão e as conclusões. Foram estudados 32 doentes sofrendo de hipertiroidismo, os quais correspondem a uma amostra de conveniência obtida a partir das listas de utentes de 6 Clínicos Gerais do Centro de Saúde de Évora. Sendo uma amostra de conveniência, a análise estatística ficou limitada ao estudo das frequências. Os dados relativos à doença e à respectiva evolução foram retirados dos processos clínicos individuais. A todos os doentes alvo de estudo foi aplicado um questionário, elaborado pelo Autor, onde constavam os dados sociológicos e os registos dos vários parâmetros avaliados, entre os quais aqueles que permitiam caracterizar a função do imaginário. Os parâmetros de actividade da doença tiroideia foram determinados a partir dos valores plasmáticos das hormonas tiroideias. O padrão comportamental foi avaliado de acordo com a escala de Botner. O cortisol salivar foi doseado por Técnica Coat-A-Count (RIA). Os acidentes de vida foram medidos com base na escala de Holmes e Rahe. As hipóteses colocadas eram que os doentes com hipertiroidismo tinham um padrão comportamental compatível com o comportamento do tipo A; que tinham um ritmo circadiano do cortisol salivar diferente do normal; que se verificariam alterações a nível do funcionamento do imaginário; que no ano anterior ao aparecimento da doença tinham sofrido acidentes de vida importantes. A análise das frequências permitiu verificar que o comportamento tipo A estava presente num número significativo de doentes; que o ritmo circadiano do cortisol salivar não se afastava dos parâmetros da normalidade, quer se tratasse de doentes em fase activa da doença ou já compensados; que a nível da função do imaginário, a insónia5 atingindo quase 50 % dos doentes era o factor mais representado; finalmente, a nível dos acidentes de vida, a perda de um familiar próximo ocorreu em 34,4% dos doentes estudados.