Author(s):
Mendes, Maria Elisabete da Silva Tomé
Date: 2001
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/690
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Subject(s): Psicologia educacional; Compreensão do número; Psicologia cognitiva; Psicologia do desenvolvimento; Aprendizagem; Matemáticas; Educação pré-escolar; Tarefas piagetianas; Educational psychology; Numbers; Comprehension; Cognitive psychology; Developmental psychology; Learning; Mathematics; Preschool education; Piagetian tasks
Description
Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional
O tema central deste trabalho, diz respeito à aquisição do conceito de número pela criança e refere-se a um estudo experimental, no qual pretendemos analisar a capacidade de as crianças em idade pré-escolar produzirem e interpretarem representações gráficas de quantidades numéricas, bem como, verificar se o domínio dos princípios de contagem e de conservação da quantidade, constituiriam competências essenciais para esse desempenho. O estudo que aqui apresentamos, foi realizado com um grupo de 40 crianças, com idades compreendidas entre os três anos e seis meses e os seis anos e quatro meses de idade, a frequentarem o jardim de infância. No sentido de, recolhermos dados que nos permitissem analisar, por um lado, a evolução na apropriação do conceito de número pela criança, e por outro, a influência neste processo de outras noções matemáticas, efectuamos diversos tipos de provas. Assim, começamos por realizar uma prova de eficiência intelectual, com o objectivo de assegurar que os diferentes desempenhos na realização das tarefas numéricas não seriam devidos a capacidades cognitivas muito distintas (muito acima ou abaixo da média para a sua faixa etária); efectuamos em seguida, uma prova de conservação de quantidades descontínuas, para classificar o nível de desenvolvimento em que se situava cada uma das crianças da nossa amostra (não-conservante, semi-conservante e conservante); posteriormente, uma prova de contagem com duas tarefas distintas, contagem de elementos estáticos e dinâmicos (objectos), para verificarmos a aquisição dos princípios de contagem; e, finalmente, realizamos uma prova de representação gráfica da quantidade, em que num primeiro momento as crianças efectuaram registos da quantidade, com papel e lápis, e, num segundo momento seleccionaram, a partir de cartões com diferentes notações gráficas, aquele que consideravam mais adequado para representar o número total de objectos (cubos) colocados em cima da mesa. Os resultados demonstraram que, o registo adequado de determinada quantidade de elementos num conjunto não estará directamente relacionado ou dependente do nível de desenvolvimento da criança e da sua capacidade para contar correctamente; e, que, as crianças mais novas utilizam preferencialmente métodos pictográficos, enquanto as crianças mais velhas revelam preferência por respostas de tipo simbólico; não se observou, contudo, uma utilização sistemática de métodos simbólicos convencionais. Concluímos, que a aquisição do conceito de número é um processo amplo e prolongado, e que, nesse processo, o sistema de representação gráfica vai adquirindo novos traços que conferem significado às representações individuais da quantidade. Pensamos por isso, que a questão de saber quando se deve considerar e denominar como "número" a representação gráfica da quantidade será menos importante do que descrever o desenvolvimento do sistema, no qual, esta representação existe.