Author(s): Senos, Teresa Maria da Cunha Almeida Rocha de Sousa
Date: 2001
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/914
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Author(s): Senos, Teresa Maria da Cunha Almeida Rocha de Sousa
Date: 2001
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/914
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional
A presente investigação insere-se no domínio da cognição social e mobiliza dois quadros teóricos: A teoria do conflito sócio-cognitivo e a perspectiva procedimental. Esta investigação visa estudar o impacto das interacções e da marcação social na construção de uma competência precisa: a noção de direita-esquerda. Não se trata de opor uma perspectiva a outra, pois estas não se encontram em ruptura, mas uma tentativa de enriquecimento, de complexificação e de diversificação. Pelo contrário, tenta-se reflectir sobre esta relação de complementaridade e seus limites. Este trabalho apresenta uma inovação na medida em que os sujeitos são medidos na construção de uma noção, pelo teste Piaget-Head, como nas investigações no âmbito da teoria do conflito sócio-cognitivo (que utilizaram essencialmente situações com tarefas piagetianas), como centra igualmente o seu olhar sobre os funcionamentos cognitivos dos sujeitos adoptando o ponto de vista procedimental. O paradigma experimental deste estudo envolve: um pré-teste que permite avaliar individualmente todos os sujeitos quer na noção de direita-esquerda quer através de uma prova gráfica. Uma fase de intervenção-treino submete 4 grupos independentes a diferentes modalidades experimentais, definidos pelo cruzamento de duas variáveis independentes: 2 (marcação social) x 2 (interacção social) (grupo com marcação social condição individual, grupo com marcação social condição diádica, grupo sem marcação social condição individual, grupo sem marcação social condição diádica). Seguem-se dois momentos de medida: 1) Um pós-teste individual e imediato, onde através de uma prova gráfica, com e sem marcação social, igual ao pré-teste, se avalia as mudanças produzidas no decurso da fase experimental, e 2) um pós-teste individual diferido permite verificar a estabilidade desses progressos, e onde foi aplicado novamente o teste Piaget-Head com o objectivo de verificar se os quatro grupos experimentais são ou não homogéneos na construção da noção de direita-esquerda. Os resultados em temos gerais sugerem que a marcação social e a interacção social têm um impacto directo quer na construção da noção de direita-esquerda, no sentido de uma melhoria de desempenho, quer na prova gráfica. Paralelamente compararam-se nas condições diádicas (com e sem marcação social) o impacto que o número de conflitos, o tipo de dinâmicas interactivas, o número de desacordos, os argumentos utilizados e os procedimentos de resolução, exerceram na melhoria da noção de direita- esquerda. Em termos gerais os resultados sugerem que os dois grupos, com e sem marcação social, diferem relativamente ao tipo de procedimentos utilizados na resolução da tarefa. As implicações destes resultados são discutidas e integradas nas perspectivas teóricas que abordam esta problemática.