Author(s):
Esteves, Tiago José de Quadros
Date: 2018
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.14/25468
Origin: Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
Subject(s): Esperança; Abraão; Teologia da esperança; Teologia paulina; Paradoxo; Generatividade; Ambiente (Umwelt) paulino; Antigo Testamento; Carta aos Romanos; Fé; Novo Testamento; Hope; Abraham; Theology of hope; Paradox; Generativity; Pauline environment (Umwelt); Pauline theology; Old testament; Letter to the Romans; Faith; New Testament; Domínio/Área Científica::Humanidades::Filosofia, Ética e Religião
Description
A presente dissertação procura desvelar uma hermenêutica do conceito de esperança em Rm 4, 18. Para isso, começa-se por situar o versículo paulino no capítulo quatro da Carta aos Romanos. Com efeito, nesta passagem bíblica, Paulo serve-se de Abraão como paradigma para falar de uma esperança paradoxal, «uma esperança para além de qualquer esperança». Na tentativa de compreender e aprofundar este conceito, investiga-se, primeiramente, o que os comentadores de Paulo foram refletindo sobre o versículo em questão. De seguida, adentra-se no mundo de Paulo. Como é que os contemporâneos de Paulo declinavam este conceito? Neste ponto, concentramo-nos no ambiente (Umwelt) paulino, ou seja, o paganismo greco-romano, e o judaísmo bíblico e extrabíblico. Como é que o apóstolo vai desenvolvendo este conceito ao longo dos seus escritos considerados autênticos? No fundo, visa-se compreender qual a semântica da esperança para o apóstolo. Com esta informação recolhida, delineia-se uma compreensão bíblico-teológica da esperança em Rm 4, 18. Tendo em conta o conteúdo do versículo, analisa-se a relação da esperança com a vida de Abraão, estuda-se a sua formulação paradoxal, investiga-se a sua contiguidade com a fé, relaciona-se a esperança com a generatividade do patriarca (ser pai de muitos povos), e, por fim, faz-se uma releitura cristológica do versículo e do conceito. Isto porque apesar do paradigma de esperança, em Rm 4, 18, ser o patriarca Abraão, os exegetas apontam para a importância de compreender este versículo numa perspetiva cristã, e não meramente veterotestamentária.
The present dissertation seeks to unveil a hermeneutic of the concept of hope in Romans 4:18. For this purpose, we begin by situating the Pauline verse in chapter four of the Letter to the Romans. Indeed, in this biblical passage, Paul uses Abraham as a paradigm to speak of a paradoxical hope, "a hope beyond all hope." In an attempt to understand and deepen this concept, we first investigate what Paul's commentators were reflecting on the verse in question. Then we enter the world of Paul. How did Paul's contemporaries decline this concept? At this point, we focus on the Pauline environment (Umwelt), that is, Greco-Roman paganism, and biblical and extra-biblical Judaism. In addition, how does the apostle develop this concept throughout his writings which are deemed authentic? In the background, it is intended to understand the semantics of hope for the apostle. With this information collected, a biblicaltheological understanding of hope is outlined in Romans 4:18. Taking into account the content of the verse, the relationship between hope and Abraham's life is analysed, its paradoxical formulation is studied, his contiguity with faith is investigated, hope is related to the generative nature of the patriarch (being the father of many people), and, finally, we make a Christological re-reading of the verse and the concept. This is because, although the paradigm of hope in Romans 4:18 is the patriarch Abraham, the exegetes highlight the importance of understanding this verse from a Christian perspective, and not merely with the Old Testament.
