Document details

Introducing interaction in the primary school foreign language classroom

Author(s): Catarino, Manuela Mendes Rodrigues, 1967-

Date: 2017

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/29517

Origin: Repositório da Universidade de Lisboa

Subject(s): Sala de aula; Línguas - Estudo e ensino; Relatórios da prática de ensino supervisionada - 2017; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências da Educação


Description

Relatório da Prática de Ensino Supervisionada, Mestrado em Ensino de Inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico, Universidade de Lisboa, Instituto de Educação, 2017

This report describes the activities involved in the planning, implementation and assessment of the supervised teaching practice in English Teaching, in the context of a pre-service Masters Course in Teaching English at Primary Schools during the academic year of 2015/2016. The teaching practice took place between the 14th of October 2015 and the 23rd of May 2016 at the school Centro de Educação e Desenvolvimento de Nossa Senhora da Conceição da Casa Pia Lisboa with a third grade group. As part of my teaching practice, forty hours consisted of direct classroom observation, and ten of teaching English as a core curriculum subject. The didactic unit covered throughout my teaching practice was Unit Four, “A Green Day – Free-time activities”, in which the topic of free-time activities, as well as the respective vocabulary and language chunks were covered. Based on the teaching/learning problem that was identified in the target group, and as part of a curricular requirement, the area that was chosen to work on was oral interaction. A repertoire of techniques and strategies based on Communicative Language Teaching was used to stimulate classroom interaction, in order to solve the teaching/learning problem as well as to improve the students’ overall communicative competence and develop their confidence. A descriptive study and a survey were used to learn more about the students’ learning needs as well as to assess the impact of the intervention on the students’ learning processes. Furthermore, these instruments contributed to verify to which extent introducing interaction in the primary school foreign language classroom (FLC) fosters language learning. The conclusion that was drawn from the intervention is that introducing interaction in the FLC at a primary school level can foster language learning, as long as output opportunities are provided and a positive learning atmosphere is established. Considering the progress achieved in this particular group, introducing interaction in the FLC should therefore be considered a central issue to develop in the 1st cycle of schooling in Portugal.

O presente relatório tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre as questões didáticas desenvolvidas durante o ensino supervisionado na disciplina de Inglês. Esta atividade foi realizada no âmbito do Mestrado em Ensino de Inglês no 1.º Ciclo do Ensino Básico da Universidade de Lisboa, cuja frequência teve lugar durante o ano letivo de 2015/2016. O local onde as atividades foram levadas a cabo foi o Centro de Educação e Desenvolvimento de Nossa Senhora da Conceição da Casa Pia Lisboa (CED-NSC), entre 14 de outubro de 2015 e 23 de maio de 2016, período durante o qual foram efetuadas quarenta horas de aulas de observação e ainda dez horas relativas à intervenção pedagógica. Esta decorreu numa turma do 3.º ano do 1.º ciclo do Ensino Básico, durante a quarta unidade didática lecionada, intitulada “A Green Day – Free-time Activities”. Nesta unidade, foi explorado o tema dos tempos livres, o seu respetivo vocabulário e ainda os designados “language chunks”. A área selecionada para trabalhar foi a da interação oral. Tendo em conta as dificuldades sentidas pelos alunos nesta componente da língua, e o interesse próprio de investigação nesta questão, a área da interação oral surgiu, naturalmente, como primeira escolha. Após se ter verificado que existia uma tendência para os alunos repetirem as perguntas que lhes eram colocadas, em vez de as responder, optou-se por trabalhar a interação oral. Deste modo, foi possível compreender de que forma se podia superar esta dificuldade e ainda melhorar a competência comunicativa da língua dos alunos em geral assim como a sua confiança. Segundo o professor cooperante, esta tendência para os alunos repetirem as perguntas que lhes eram colocadas em vez de as responderem, é algo que acontece com inusitada regularidade no 1.º ciclo, e que não deixa de suscitar alguma perplexidade que importa investigar. Para além da interação oral ser uma das competências contempladas nas metas curriculares, entendeu-se que esta era uma componente da língua que, uma vez devidamente estimulada, poderia contribuir para uma maior amplitude da envolvência dos alunos o que, por sua vez, conduziria a aprendizagens linguísticas efetivas. Foi, por conseguinte, delineada uma estratégia no sentido de ajudar os alunos a desenvolver esta capacidade, tendo sido apresentado na intervenção pedagógica um conjunto de atividades de abordagem comunicativa, fundamentadas na metodologia designada por “Communicative Language Teaching” (Richards & Rodgers, 2001). Esta tinha como objetivo estimular a interação oral no sentido de resolver o problema identificado, e melhorar efetivamente a competência comunicativa dos alunos em geral assim como a sua confiança. Podendo a interação realizar-se pela oralidade, pela escrita, ou por ambas, privilegiou-se as duas vertentes da interação – oral e escrita, abrangendo assim um maior número de necessidades e preferências da parte dos alunos, no que diz respeito à aprendizagem de línguas estrangeiras. No campo da oralidade, a interação foi desenvolvida essencialmente através de “teacher-questioning”, “roleplays” e “games and competitions”. No que diz respeito à interação escrita, esta foi desenvolvida através de uma componente de escrita de emails, integrando os conteúdos da quarta unidade temática por meio dos designados “communicative tasks”, que incorporaram tarefas de “guided-writing”. Tendo em conta o projeto educativo do CED-NSC, bem como a sua aposta nas novas tecnologias, considerou-se que esta componente de escrita de emails poderia ser útil no futuro, na caso de a escola vir a aderir a um programa de intercâmbios inter-escolar com a presença de outras nacionalidades através da plataforma do e-Twinning. Para melhor conhecer a turma e as suas necessidades, procedeu-se à recolha de dados em sala de aula através da aplicação de dois testes e de um questionário aos alunos da turma em questão. Foi realizado um teste antes e depois da intervenção sobre os conteúdos da unidade temática, com o intuito de verificar a eficácia da metodologia aplicada, assim como um questionário, através do qual se pretendeu adquirir um conhecimento geral da perceção dos alunos sobre o seu processo de aprendizagem. Desta forma, foi possível obter uma melhor compreensão das conclusões retiradas dos testes. Tendo como finalidade resolver o problema de ensino/aprendizagem identificado no grupo intervencionado, assim como melhorar a competência comunicativa de cada aluno em geral e a sua confiança, o tema “Introduzir interação na sala de aula de língua estrangeira no 1.º ciclo”, apresentou-se como uma excelente oportunidade de aprendizagem, não apenas para os alunos, mas também para mim própria, na medida em que sempre nutri um enorme desejo em compreender melhor o desenvolvimento desta competência comunicacional em contextos de “Teaching English to Young Learners”. O presente relatório foi estruturado em quatro capítulos principais, que passo a descrever: 1) “Interaction for young learners of English as a foreign language”, que constitui o enquadramento curricular e didático da intervenção. Neste ponto é apresentada a justificação e explicitação do plano de trabalho elaborado para a prática de ensino supervisionada, com base nos documentos orientadores do ensino/aprendizagem concebidos para o 3.º ano do 1.º ciclo do ensino básico. Em seguida é feita uma reflexão sobre a importância e inerentes implicações da interação no ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira. Dentro do contexto deste capítulo, será também abordada a metodologia (técnicas e estratégias) que pode ser adotada para estimular a interação em sala de aula, dando exemplos do que foi aplicado na intervenção; 2) “The school context”, que consiste no contexto escolar, no qual se trabalha a contextualização e caracterização da escola, assim como da turma que foi objeto da intervenção supervisionada. Neste capítulo será ainda abordado o problema de ensino/aprendizagem que foi identificado na prática de ensino pedagógica; 3) “The didactic unit: preparation”, na qual se descrevem as atividades da unidade didática realizadas desde a sua planificação até à sua implementação e avaliação; 4) “The didactic unit: sumaries, results and reflections of lessons taught”, no qual se procede à descrição das aulas assim como à apresentação e análise dos resultados, antes e depois da intervenção. Finalmente, e no contexto deste capítulo, é feito um balanço reflexivo sobre o trabalho realizado. O trabalho desenvolvido implicou sempre uma base simultaneamente reflexiva e prática, que foi complementado por um suporte científico consoante aquilo que se entende por investigação-ação. Assim, identificou-se um problema no contexto das aulas de inglês, procedeu-se a uma investigação preliminar que permitiu compreender como este poderia ser solucionado, e em seguida foi conduzida uma intervenção no sentido de o resolver. À guisa de conclusão, o trabalho reconhece a importância da interação no ensino de línguas estrangeiras, especialmente tendo em conta que esta proporciona aos alunos uma aprendizagem efetiva. A explicação parece estar relacionada com o grau de envolvimento dos alunos no seu processo de aprendizagem, uma vez que esta implica um grau de envolvimento da parte dos alunos que leva necessariamente à interiorização de conhecimentos. Logo, a interação proporciona oportunidades de aprendizagem que podem e devem de ser aproveitadas. Este trabalho defende que não é suficiente o professor tornar o vocabulário em sala de aula acessível. É preciso proporcionar oportunidades aos alunos para que estes utilizem o vocabulário através dos designados “output opportunities”. Tsui (1995) afirma, com base em inúmeros estudos, que “as crianças não só aprendem a falar, mas também falam para aprenderem”. Consequentemente, é preciso criar oportunidades para que estas utilizem vocabulário, porque só assim poderão interiorizá-lo. A interação em sala de aula permite, efetivamente, criar essas oportunidades de aprendizagem. Contudo, deve-se criar também um ambiente propício a essa aprendizagem, isto é, um ambiente positivo. Sem ele, os alunos dificilmente poderão sentir-se impelidos a participarem nas atividades que lhes vão permitir realizar aprendizagens. Este ambiente positivo passa necessariamente por respeitar as diferenças culturais dos alunos, assim como outras condicionantes de aprendizagem que poderão estar presentes. Os resultados obtidos do trabalho desenvolvido, durante a intervenção pedagógica, demonstram uma evidência quantitativa, isto é, que a aprendizagem dos alunos cuja participação em sala de aula foi menor não foi tão bem sucedida como a dos alunos cuja participação foi maior. O ambiente de trabalho em sala de aula também terá tido igualmente um impacto nas aprendizagens efetuadas – quanto mais positivo, melhor o seu impacto nas aprendizagens linguísticas dos alunos. Concluiu-se finalmente que a interação oral, uma vez otimizadas as oportunidades de aprendizagem e maximizado o ambiente positivo, poderá levar a aprendizagens efetivas de língua estrangeira em sala de aula no 1.º ciclo. Para isso, a participação dos alunos revelou-se fundamental. É de salientar novamente também a importância de criar um ambiente positivo de forma a poder fomentar essa participação. Por conseguinte, a interação oral deve ser necessariamente estimulada em sala de aula de língua estrangeira no 1.º ciclo, e adotada como uma prática de ensino indispensável para o campo das aprendizagens neste contexto.

Document Type Master thesis
Language English
Advisor(s) Cavalheiro, Lili Lopes
Contributor(s) Repositório da Universidade de Lisboa
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