Author(s):
Andrade, Alexandra Sofia Gomes
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/30510
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Doença renal crónica; Função cognitiva; Doença cerebrovascular; Terapias de substituição renal; Testes cognitivos; Nefrologia; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas
Description
Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2017
O declínio cognitivo está associado à doença renal crónica, aumentando a sua morbilidade e mortalidade. Esta associação ocorre na sequência de múltiplos fatores fisiopatológicos, como as toxinas urémicas, o hiperparatoiroidismo, a diminuição de expressão do gene klotho, a anemia e a depressão. Vários destes fatores contribuem para a disfunção endotelial, stress oxidativo, inflamação crónica, aterosclerose acelerada e calcificação vascular, contribuindo para a doença cerebrovascular que se traduz em alterações imagiológicas como atrofia cerebral, hiperintensidades da matéria branca, micro-hemorragias cerebrais e enfartes silenciosos. As terapias de substituição renal contribuem para reverter alguns factores fisiopatológicos, no entanto, também podem contribuir de forma negativa para a função cognitiva, nomeadamente devido à hipotensão intradialítica na hemodiálise. A diálise peritoneal não aparenta ser superior à hemodiálise. O transplante renal é a única terapia que de facto substitui a função renal no seu todo, apesar da exposição à toxicidade da terapêutica imunossupressora subsequente. O declínio cognitivo tem demonstrado impacto significativo na qualidade de vida e na capacidade de decisão do doente, para além de estar relacionado com uma maior utilização de recursos. A avaliação da função cognitiva pode ser feita com recurso à história clínica complementada por testes de triagem como o Mini-Mental State Exam (MMSE) e o Montreal Cognitive Assessment (MoCA), sendo este último mais adequado para esta situação. A implementação desta avaliação na prática clínica pode ser benéfica.
Cognitive impairment is related with chronic kidney disease, increasing the morbidity and mortality. This association occurs due to various pathological factors, like uremic toxins, hyperparathyroidism, klotho deficiency, anaemia and depression. Several of these factors lead to endothelial dysfunction, oxidative stress, chronic inflammation, accelerated atherosclerosis, and vascular calcification, therefore contributing for the cerebrovascular disease which reflects on imaging changes like cerebral atrophy, white matter hyperintensities, microbleeds and silent infarctions. Renal replacement therapy contributes to reverse some pathological factors, whoever it too can contribute negatively to cognitive function. Renal transplant in the therapy which better favors cognitive function, even thou it exposes the patient to neurotoxicity of the immunosuppressive drugs. Cognitive decline has been associate with significant impact in the quality of life and the decision making of the patient, and it also related with an increase in resource usage. The evaluation of the cognitive function can be made with resource to the anamnesis which can be complemented with cognitive test like the Mini- Mental State Exam (MMSE) and the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) which is more suitable in this situation. The implementation of this evaluation in the clinical practice can be beneficial.