Author(s):
Silva, Ana Sofia Rodrigues da
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/30847
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Encefalopatia hipoxico-Isquémica; Recém-nascido; Hipotermia induzida; Pediatria; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas
Description
Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2017
A encefalopatia hipoxico-isquémica é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade no recém-nascido. A hipotermia induzida é, atualmente, a única terapia com benefícios reconhecidos no tratamento da encefalopatia hipoxico-isquémica. Não obstante, um número considerável de recém-nascidos fica com sequelas permanentes. O conhecimento sobre a fisiopatologia e a evolução da lesão cerebral hipoxico-isquémica tornaram possível a investigação de novas estratégias terapêuticas. As investigações atuais estão a clarificar o benefício da associação da hipotermia induzida com outras terapêuticas neuroprotetoras, sendo evidente a melhoria dos resultados clínicos. Este trabalho centra-se nas terapêuticas neuroprotetoras adjuvantes da hipotermia, atualmente em estudo, como a eritropoietina, a melatonina, o resveratrol, o canabidiol, o sulfato de magnésio, o ácido docosahexanóico, o topiramato, o xénon, o fenobarbital, o alopurinol, a N-acetilcisteína, a 2-iminobiotina, as células estaminais e o pós-condicionamento isquémico remoto. A utilização de novas terapêuticas, com atuação específica nos diferentes mecanismos de progressão do processo neurodegenerativo, e a sua combinação com a hipotermia, demonstrou ter resultados promissores, com prognósticos neurológicos mais favoráveis, em comparação com a hipotermia isoladamente. Serão necessários mais estudos pré-clínicos e clínicos para um conhecimento rigoroso da farmacocinética e farmacodinâmica das novas terapêuticas, a fim de se obter o melhor efeito clínico, com o menor efeito deletério no neurodesenvolvimento normal. No futuro, com a utilização da hipotermia em combinação com as várias terapêuticas neuroprotetoras, perspetiva-se um melhor prognóstico para o recém-nascido com encefalopatia hipoxico-isquémica, apesar de haver ainda um longo caminho de investigação a percorrer.
Hypoxic-ischemic encephalopathy is a major cause of mortality and morbidity in the newborn. Induced hypothermia is currently the only therapy with recognized benefits in the treatment of hypoxic-ischemic encephalopathy. Nonetheless, a considerable number of newborns are left with permanent sequelae. Knowledge about the pathophysiology and evolution of hypoxic-ischemic brain injury has made it possible to investigate new therapeutic strategies. Current investigations are clarifying the benefit of the association of induced hypothermia with other neuroprotective therapies, with evident improvements in clinical outcome. This work focuses on hypothermic adjuvant neuroprotection therapies currently under study, such as erythropoietin, melatonin, resveratrol, cannabidiol, magnesium sulfate, docosahexaenoic acid, topiramate, xenon, phenobarbital, allopurinol, N-acetylcysteine, 2-iminobiotin, stem cells and remote ischemic postconditioning. The use of new therapies with a specific role in the different progression mechanisms of the neurodegenerative process, and its combination with hypothermia, has shown promising results, with more favorable neurological prognoses compared with hypothermia alone. Further preclinical and clinical studies will be required for a thorough understanding of the pharmacokinetics and pharmacodynamics of the new therapies in order to obtain the best clinical outcome with the least deleterious effect on normal neurodevelopment. In the future, the use of hypothermia in combination with the various neuroprotective therapies, will allow a better prognosis for the newborns with hypoxic-ischemic encephalopathy, although much remains to be elucidated.