Document details

Cardiopatia isquémica e osteoporose

Author(s): Pestana, Inês Maria Lopes

Date: 2017

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/31363

Origin: Repositório da Universidade de Lisboa

Subject(s): Cardiopatia isquémica; Osteoporose; Endocrinologia; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas


Description

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2017

A cardiopatia isquémica designa um grupo de síndromes fisiologicamente relacionados associados a isquémia do miocárdio. É a principal causa de morte e morbilidade em ambos os sexos nos países ocidentais. Além dos factores de risco tradicionais, outros têm sido estudados e sugeridos. A dor pré-cordial é o sintoma mais característico, tendo diferentes características conforme se trate de angina estável, instável ou enfarte agudo do miocárdio. O diagnóstico baseia-se na história clinica, no exame objectivo e em exames complementares de diagnóstico, que podem incluir exames funcionais, exames anatómicos e, em casos específicos, a coronariografia. O tratamento inclui alterações no estilo de vida e fármacos para redução de sintomas anginosos e de eventos adversos. A revascularização pode ser percutânea por angioplastia ou cirúrgica através de bypass coronário, sendo aplicada apenas em casos específicos. Tem havido um investimento em terapias celulares que permitem alcançar reparação cardíaca. A osteoporose é a doença óssea metabólica mais frequente, sendo caracterizada por baixa densidade óssea e deterioração da microarquitectura do tecido ósseo, resultando num aumento do risco de fracturas de fragilidade. Um baixo pico de massa óssea, a menopausa e o envelhecimento são dos factores mais relevantes na sua fisiopatologia. É geralmente uma doença silenciosa até que ocorra uma fractura de fragilidade, sendo a mais comum a vertebral, embora possa ocorrer também no fémur proximal, rádio distal e úmero proximal. O seu diagnóstico é realizado através da avaliação da DMO por DXA, cujos resultados são expressos através do T-score e do Z-score. O seu tratamento baseia-se em alterações de estilo de vida, que devem ser implementados o mais precocemente possível, e em fármacos que permitam diminuir a reabsorção óssea, aumentar a formação ou ambas. Novas opções terapêuticas encontram-se actualmente em investigação. Apesar de anteriormente se considerar que estas patologias eram independentes, evidência recente tem demonstrado uma associação entre elas, uma vez que doentes com osteoporose têm maior probabilidade de ter doenças cardiovasculares e vice-versa. Ambas as patologias apresentam relação com a idade e partilham factores de risco como deficiência de estrogénios, diabetes mellitus, ingestão de álcool e tabagismo. Vários mecanismos fisiopatológicos têm sido propostos para explicar esta ligação, como os que envolvem factores biológicos, disfunção endotelial, processo inflamatório e formação de produtos de oxidação lipídica. Tendo em conta esta associação, a avaliação cardiovascular de doentes com osteoporose e a realização de DXA em doentes com história de doença cardiovascular poderá trazer benefícios, embora tal ainda não tenha sido alvo de elaboração de normas de orientação clínica.

Ischemic heart disease refers to a group of physiologically related syndromes associated with myocardial ischemia. It is the leading cause of death and morbidity in both sexes in Western countries. In addition to traditional risk factors, others have been studied and suggested. Precordial pain is the most characteristic symptom, having different characteristics if stable angina, unstable angina or acute myocardial infarction are present. Diagnosis is based on clinical history, physical examination, and diagnostic tests, which may include functional tests, anatomical tests and, in specific cases, coronary angiography. Treatment is based on lifestyle changes and drugs to reduce anginal symptoms and adverse events. Coronary revascularization includes percutaneous coronary intervention and coronary artery bypass grafting, and it is applied only in specific cases. There has been an investment in cell therapies that allow for heart repair. Osteoporosis is the most frequent metabolic bone disease and is characterized by low bone density and deterioration of the microarchitecture of the bone tissue, resulting in an increased risk of frailty fractures. A low peak bone mass, menopause and aging are the most relevant factors in its pathophysiology. It is usually a silent disease until a frailty fracture occurs, with vertebral fracture being the most common, but fractures of the proximal femur, distal radius and proximal humerus can also occur. It is diagnosed by evaluating BMD with DXA and the results are expressed through T-score and Z-score. The treatment is based on lifestyle changes that should be implemented early in life and on drugs that can decrease bone resorption, increase bone formation or both. New therapeutic options are currently being studied. Although these diseases were previously considered independent, recent evidence has shown an association between them, since patients with osteoporosis are more likely to have cardiovascular diseases and vice versa. Both diseases are age-related and share risk factors such as estrogen deprivation, diabetes mellitus, alcohol intake and smoking. Several pathophysiological mechanisms have been proposed to explain this connection, such as those involving biological factors, endothelial dysfunction, inflammatory process and oxidized lipids. Considering this, it may be beneficial to submit osteoporotic patients to a cardiovascular evaluation and pacients with a history of cardiovascular disease to DXA, although there are still no guidelines available.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Barbosa, Ana Paula
Contributor(s) Repositório da Universidade de Lisboa
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Related documents

No related documents