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Síndrome hemolítica urémica atípica : uma revisão da literatura

Author(s): Coelho, Miguel Santos

Date: 2017

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/32627

Origin: Repositório da Universidade de Lisboa

Subject(s): Síndrome hemolítica urémica atípica; Microangiopatia trombótica; Sistema de complemento; Nefrologia; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas


Description

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2017

A síndrome hemolítica urémica insere-se no grupo das microangiopatias trombóticas, sendo 10% dos casos da mesma causados pela sua forma atípica. Para que um dado doente desenvolva a síndrome, é necessário um elemento predisponente (que pode tomar a forma de uma ou mais mutações, auto-anticorpos ou uma combinação dos dois) que afecte o funcionamento da via alterna do sistema de complemento, associado a um trigger (destacando-se as infecções das vias aéreas superiores e as gastroenterites) que desencadeia o início dos sintomas. O quadro típico é pautado por uma tríade de anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e lesão renal aguda. Aproximadamente 15⁄ dos doentes apresenta ainda manifestações extra-renais, destacando-se sinais e sintomas relacionados com os sistemas nervoso e cardiovascular. Em termos de evolução da doença, uma parte considerável dos indivíduos afectados desenvolve doença renal crónica em estádio V (KDIGO) a longo prazo, sendo esta proporção afectada por factores como a idade do doente, o número de episódios da síndrome ou o tipo de elemento predisponente da mesma. O diagnóstico da doença envolve em primeiro lugar a identificação do quadro clínico e laboratorial de uma microangiopatia trombótica e tem carácter de exclusão, obrigando a considerar outras etiologias, tais como a forma típica da síndrome hemolítica urémica ou a púrpura trombocitopénica trombótica. O tratamento da síndrome é baseado num conjunto de medidas de suporte e no uso de terapêutica dirigida que pode corresponder à realização de plasmaferese ou à administração de eculizumab (actualmente o gold standard do tratamento). A transplantação renal associada ou não a transplantação hepática são também técnicas empregues no tratamento destes doentes. Actualmente encontram-se em desenvolvimento novos fármacos com melhor perfil de segurança e eficácia.

Hemolytic uremic syndrome is a thrombotic microangiopathy and 10% of all cases are caused by its atypical form. In order to develop the syndrome, patients must have an underlying predisposition (one or more mutations, auto-antibodies or both) that leads to uncontrolled activation of the alternative pathway of the complement system, and a trigger (usually an upper respiratory infection or gastroenteritis) that initiates its clinical manifestations. Most patients have the classic triad of microangiopathic hemolytic anemia, thrombocytopenia, and acute kidney injury. Approximately 1 ⁄5 of these patients also have extra-renal manifestations of the disease, most commonly involving the nervous or cardiovascular systems. Regarding clinical course, a significant part of patients develop stage V chronic kidney disease (KDIGO). Diagnostic approaches involve the demonstration of a thrombotic microangiopathy and the exclusion of alternative etiologies, such as typical haemolytic uremic syndrome and thrombotic thrombocytopenic purpura. Treatment consists of supportive care measures and either plasma therapy or eculizumab (currently the gold standard). Kidney transplantation with or without simultaneous liver transplantation are also used to treat these patients. Currently, the search for safer and more efficient more drugs continues.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Jorge, Sofia
Contributor(s) Repositório da Universidade de Lisboa
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