Author(s): Querido, Pedro dos Santos
Date: 2021
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/60996
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Project/scholarship: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/OE/PD%2FBD%2F127930%2F2016/PT;
Subject(s): Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas
In this dissertation, I set out to examine the depiction and problematisation of old age in the radio art of Samuel Beckett and Wolfgang Hildesheimer. I lay the groundwork for the close reading of the radio works of these two writers by surveying both the technological and ontological status of mid-twentieth-century radio art and the prevailing associations, stereotypes, and definitions surrounding ageing. Drawing on a keen awareness of the specificity of radio as an artistic medium and on notions anchored in both chronometric time (such as disengagement theory and activity theory) and ‘lived’ time (such as the réveil mortel and the idea of old age as the radicalisation of the human condition), I discuss the deliberate and recurrent thematisation of old age in the radio art of Beckett and Hildesheimer, as well as other important and interrelated concepts such as embodiment, intersubjectivity, and meaning-making. Thus, the intriguing link (established by means of the parable) between the theme of old age, the philosophical concerns that animated Beckett and Hildesheimer, and the unique features of radio is shown to be not the mere fruit of chance but indeed the logical outcome of an unassailable theoretical symbiosis.
Nesta dissertação, proponho-me a examinar a representação e problematização da velhice na arte radiofónica de Samuel Beckett e Wolfgang Hildesheimer. Os alicerces para uma leitura atenta das suas obras radiofónicas são estabelecidos através de uma análise do estado tecnológico e ontológico da arte radiofónica de meados do século XX e das associações, estereótipos e definições em torno do envelhecimento. Servindo-me de uma consciência clara da especificidade da rádio enquanto meio artístico e de noções ancoradas tanto no tempo cronométrico (tal como a disengagement theory e a activity theory) como no tempo ‘vivido’ (tal como o réveil mortel e a noção de velhice enquanto radicalização da condição humana), debruço-me sobre a tematização deliberada e recorrente da velhice na arte radiofónica de Beckett e Hildesheimer, assim como outros conceitos importantes e interrelacionados como a corporalidade, a intersubjectividade e a criação de sentido. Assim, a curiosa ligação (estabelecida através da parábola) entre o tema da velhice, as preocupações filosóficas que animaram Beckett e Hildesheimer, e as características únicas da rádio revela-se não como mero fruto do acaso mas sim como o resultado lógico de uma simbiose teórica indiscutível.
