Document details

Incertezas, nebulosas e outras que tais

Author(s): Bernardo, Elisa Maria Coelho Ferreira, 1960-

Date: 2013

Persistent ID: http://hdl.handle.net/11067/431

Origin: Lusíada - Repositório das Universidades Lusíada

Subject(s): Desenho arquitectónico


Description

Revista arquitectura Lusíada. - ISSN 1647-9009. - N. 2 (1.º semestre 2011). - p. 123-129.

Aos sistemas de ensino importa opor correctivos a toda e qualquer tendência para a compartimentação estanque dos saberes e a melhor maneira de o fazer é através do desenvolvimento de práticas que acolham a pluridisciplinaridade e revelem o potencial da transversalidade. Dadas as suas condições intrínsecas de acessibilidade, flexibilidade e operatividade, o desenho é potencialmente uma dessas práticas. Com o presente artigo propomo-nos interceder claramente a favor da funcionalidade e expressividade do desenho, não tanto de si para si, mas no contributo que presta, de modo ora mais ora menos directo, à disciplina nuclear do projecto. A necessidade incontornável destas duas disciplinas práticas - o projecto e o desenho - desenvolverem objectivos e metodologias próprios, junto dos alunos, impede o estabelecimento de relações óbvias, directas e simples entre os dois territórios e dificulta a identificação de áreas de partilha. Porém, a partir do conceito de instrução obtusa, errática e/ou nebulosa que alguns autores fazem emergir, localizámos uma dessas áreas e demoslhe algum desenvolvimento. No padrão de aprendizagem que caracteriza as aulas práticas tanto do projecto como do desenho, decorrente do aprender fazendo, o papel das metodologias sempre se revela decisivo. Libertando/condicionando as forças criativas do aluno, dirigem toda a dinâmica dos trabalhos e detêm grande responsabilidade nos resultados da formação. Vigiar a aplicação dos métodos e relativizar a sua eficácia parece-nos, pois, fundamental. Debruçamo-nos aqui, concreta ainda que limitada mente, sobre os métodos do desenho, naquilo que eles possam trazer de benéfico à estruturação do pensamento projectual. E procuramos fazer ver que, promovendo a ordem e a segurança dos resultados, eles pretendem, sim, limitar as hipóteses de dispersão, mas não erradicá-la. A nebulosidade é largamente necessária à instrução do projecto - diz-nos M. Frederick. Também os métodos do desenho não visam trazer respostas pré-estabelecidas, antes gerar fecundos sistemas de perguntas que produzem luz no nevoeiro da aprendizagem. (Elisa Bernardo)

Document Type Journal article
Language Portuguese
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Related documents