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Variabilidade clonal de respostas crónicas de Daphnia longispina a diferentes níveis alimentares

Author(s): Antunes, Sara Cristina Ferreira Marques

Date: 2001

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10773/4625

Origin: RIA - Repositório Institucional da Universidade de Aveiro

Subject(s): Zonas costeiras - Teses de mestrado; Ecossistemas aquáticos - Água doce; Zooplâncton - Reprodução (Biologia); Variação genética; Clonagem


Description

Os ovos de resistência são uma estratégia fundamental na reprodução dos zooplanctontes de água doce, nomeadamente em cladóceros. As ephippia são formadas sob condições ambientais adversas (e.g., sobrepopulação, baixas temperaturas, nível alimentar alto/baixo) como consequência de reprodução sexuada, ao contrário do ciclo partenogénico habitual. Sob estas condições adversas, populações inteiras de cladóceros (e.g. Daphnia) podem desaparecer de um lago e uma nova comunidade irá surgir a partir de bancos de ovos ephippiais. Dado que estas novas populações estão sujeitas à variação genética, as suas respostas a alterações ambientais ou a contaminantes poderão ser diferentes das da população “original”. No presente trabalho, foram estudadas as respostas crónicas (crescimento, reprodução, demografia) de vários clones de Daphnia longispina a diferentes níveis alimentares. Os ensaios foram realizados com dois tipos de clones originários de duas populações diferentes (lagoas da Vela e de Mira) de D. longispina: a) clones de campo – indivíduos colhidos no campo foram aclimatizados e mantidos em laboratório durante várias gerações; b) clones ephippiais – organismos eclodidos de ephippia colhidas no campo foram sujeitos às mesmas condições laboratoriais que os clones de campo. O nível alimentar (Selenastrum capricornutum) foi o factor testado (ausência de alimento e reduzido a elevado nível alimentar). Foram observadas diferenças entre clones, independentemente da sua lagoa de origem ou da sua proveniência (campo ou ephippia). Não foi, portanto, possível observar uma tendência clara entre as duas populações, ou entre os clones ephippiais e de campo, para os níveis alimentares testados. Todavia, outros autores têm frisado que, na análise da variabilidade clonal de respostas alimentares, devem ser considerados não só a quantidade, mas também a qualidade e diversidade (nomeadamente os taxa presentes) do alimento. A importância da variabilidade clonal no processo evolutivo dos cladóceros dulçaquícolas justifica que, no futuro, mais estudos se dediquem à avaliação das respostas a diferentes factores de stress (e.g., contaminantes), entre as populações de campo e as populações derivadas de bancos de ovos de resistência.

Resting eggs are a fundamental reproductive strategy among freshwater cladocerans. Ephippia are formed under adverse environmental conditions (e.g., crowding, low temperatures, low/high food level) as a consequence of sexual reproduction, unlike the normal partenogenic cycle. Under these adverse conditions, whole Daphnia populations can disappear from a lake and a new community will arise from epphipial egg banks. Since these new populations are subjected to genetic variation, their responses to environmental stress or contaminants can be different from the “original” population. In the present study, life-history responses (growth, reproduction, and demography) of several clones of Daphnia longispina to different food levels were studied. Tests were performed with two types of clones originated from two Daphnia populations (Mira and Vela lakes): a) field clones – several field-collected individuals were acclimated and reared in the laboratory for several generations; b) ephippial clones – individuals hatched from field-collected ephippia were subjected to the same laboratory conditions as field clones. Food (Selenastrum capricornutum) level was the stressor tested (absence of food, and low to high food levels). Differences among clones were observed, independently of coming from the field or ephippia, and from their lake of origin. No clear trend was therefore observed between the two populations or between field and ephippial clones, for the tested food levels. However, when analysing clonal variation in feeding responses, one should consider not only the quantity of the food, but also its quality and diversity (namely, algal taxa). Still, further studies should be developed in order to evaluate the different responses to stressors (e.g., environmental contaminants), among field and ephippia-derived populations.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
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