Author(s): Maciel, Daniel Martins Pinheiro
Date: 2018
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/43955
Origin: Repositório Institucional da UNL
Subject(s): Arte; Prisões; Sociocultural; Gerencialismo; Art; Prisons; Culture; Managerialism; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências Sociais
Propõe-se neste trabalho focar as condições de dinamização de atividades culturais, recreativas e artísticas em estabelecimentos prisionais. Para isso, abordar-se-á a emergência do sector sociocultural, um braço da gestão prisional contemporânea. Neste contexto, são enquadradas práticas de criação e produção artística, assim como eventos e festas prisionais. Apresentar-se-á o sociocultural como um campo de intervenção com procedimentos e intenções específicas, cuja implementação é relativamente aberta em limites e possibilidades, já que se entrecruza com outras intenções e objetivos da prisão, como o da formação profissional, educação e terapia. A dinamização do sector sociocultural é também o mote para uma reflexão sobre transformações em curso no quotidiano prisional. Argumentar-se-á que a realização de atividades artísticas e recreativas potencia espaços suspensos: enunciações limitadas no espaço e no tempo que resultam numa disposição de elementos e relações que subvertem as prescrições disciplinares e punitivas da normalidade prisional. Neste contexto, reclusos aproximam-se relacionalmente da administração das prisões, adquirindo autonomia e responsabilidades que lhes conferem uma posição ambígua enquanto prata da casa.
This work focuses on the means to organize cultural, recreational and artistic activities in prisons. For that purpose, it shall address the emergence of the cultural sector, a component of contemporary prison management. This sector encompasses artistic creation and production practices, as well as other prison events and parties. It is argued that the cultural sector is an intervention field with its very own procedures and intents, and that its implementation is relatively open with regards to its limits and possibilities, since it draws from other correctional objectives like professional training, education and therapy. The cultural sector is also the stepping stone for thinking about on-going transformations in prison’s everyday life. It will be argued that artistic and recreational activities provide suspended spaces: limited enunciations in space and time that result in a disposition of elements and relations that subvert standard prison disciplinary and punitive procedures. Here, inmates become relationally closer to prison administration, acquiring autonomy and responsibilities that grant them an ambiguous position as home-grown pride.
