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Os efeitos indirectos do investimento directo estrangeiro: os casos de Portugal, República Checa e Hungria

Author(s): Santos, Rogério Guerra

Date: 2007

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.1/654

Origin: Sapientia - Universidade do Algarve

Project/scholarship: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/PRAXIS XXI/PRAXIS XXI%2FBD%2F9311%2F96/PT;

Subject(s): Investimento directo estrangeiro


Description

Tese de dout., Economia, Faculdade de Economia, Universidade do Algarve, 2007

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) tem desempenhado um papel da maior importância no desenvolvimento do mundo económico moderno. Tanto a dimensão teórica como a análise empírica do IDE têm sido objecto de um notável número de estudos e muitos economistas de renome internacional têm contribuído com os seus melhores esforços para a compreensão das suas complexidades. Duas questões principais são tradicionalmente levantadas quando se pensa em investimento estrangeiro: (I) Quais são as motivações que levam um empresário a investir e produzir fora das suas fronteiras naturais? e (II) Quais são as consequências de tal decisão? Estas questões definem os dois principais campos de investigação na área do investimento directo estrangeiro: Determinantes e Efeitos. O primeiro, provavelmente por razões de simples cronologia, beneficiou da atenção de grande número de académicos que produziram um quadro teórico bastante sólido e amplo trabalho econométrico com resultados robustos. O mesmo não pode ser dito, na generalidade, acerca do segundo. Em particular no caso dos efeitos indirectos, tema desta investigação, apesar do vasto número de trabalhos já produzido, não só o esforço teórico é insuficiente para responder a questões hoje consideradas fulcrais, como os resultados encontrados são menos que consensuais. Este trabalho pretende investigar a existência de efeitos indirectos (spillovers) do IDE na década de 90 em três economias de acolhimento: Portugal, República Checa e Hungria. A escolha destas economias resulta de três aspectos: por um lado, a sua dimensão ser semelhante; por outro, as tranformações económicas e sociais que tiveram lugar nos dois países da Europa Central; e, ainda, por outro, do grau de maturidade do investimento directo estrangeiro (IDE) se encontrar em diferentes estágios de desenvolvimento nas economias em apreço. Deverá ser, assim, possível avaliar se aquele factor é relevante para a natureza dos efeitos estudados. Outro objectivo subjacente à escolha de mais de um país é obter resultados que possam ser comparados com bases estatísticas de características idênticas e a mesma metodologia. Este último aspecto tem por enquanto sido escassamente explorado na literatura, o que dificulta ou inviabiliza mesmo em alguns casos, a comparação dos resultados obtidos nos diversos estudos. O trabalho foi estruturado em três partes. A primeira contém a Introdução e uma análise estatística do IDE, com o objectivo de estabelecer as condições de base para o seguimento do estudo. Na segunda e principal parte introduz-se algumas considerações teóricas sobre o conceito de efeitos indirectos e elabora-se acerca das características específicas deste tipo de efeitos. Segue-se uma abordagem econométrica onde se avalia a existência dos efeitos indirectos na produtividade das empresas nacionais, uma vez controlado o efeito da presença de empresas multinacionais na economia de acolhimento e de outros factores condicionantes da produtividade daquelas empresas e ainda o diferencial tecnológico entre os dois tipos de empresas. Avalia-se ainda a existência de efeitos indirectos mas agora através de uma premissa diferente, a de que um aumento na presença de empresas multinacionais, medido pela quota do factor trabalho que emprega, deverá provocar no capital humano uma subida do salário médio do sector de actividade; procura-se ainda avaliar que tipo de empresas contribui para esta subida do salário médio, se as nacionais se as estrangeiras, Finalmente, uma terceira abordagem ao problema da existência de efeitos indirectos analisa e mede o grau de convergência entre as produtividades parcial e total das empresas nacionais e multinacionais. Na terceira parte procura-se, essencialmente, encontrar explicações para os resultados obtidos, nomeadamente a sua relação com o IDE e com as características específicas do país de acolhimento, como o grau de maturidade (efeito tempo), a dimensão do IDE, o diferencial tecnológico e a capacidade de absorção. Propõe-se ainda, nesta terceira parte, a aplicação de uma matriz do tipo McKinsey-Shell para posicionar os quatro grandes vectores condicionantes da existência de spillovers em cada país e para sugerir algumas prescrições estratégicas. Encerra-se o trabalho com uma sugestão de regras práticas para análise do potencial de cada país para spillovers e com algumas conclusões gerais.

Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)

Document Type Doctoral thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Medeira, Lisete; Fontoura, Maria Paula
Contributor(s) Sapientia
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