Document details

Fatores que influenciam a escolha da via vaginal para a realização da histerectomia em patologia ginecológica benigna

Author(s): Félix, Ana Rita Castro

Date: 2016

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/5303

Origin: uBibliorum

Subject(s): Histerectomia Por Via Abdominal; Histerectomia Por Via Vaginal; Morbilidade.; Patologia Benigna do Útero; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde


Description

Introdução: A histerectomia é uma das cirurgias ginecológicas mais efetuadas no mundo. No entanto, apesar da histerectomia por via vaginal ser considerada a abordagem preferencial, a via de abordagem abdominal (laparotómica ou laparoscópica) continua a ser a praticada pela maioria dos médicos. A seleção dos critérios para a escolha da via vaginal continua controversa, mas com interesse cada vez mais atual. Objetivos: Com base na experiência de 6 anos do serviço de Obstetrícia e Ginecologia (SOG) do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), o objetivo do presente estudo foi encontrar fatores que condicionaram a escolha da via vaginal para a histerectomia por patologia ginecológica benigna e definir linhas de orientação para a sua escolha. Material e Métodos: Foram selecionadas todas as doentes submetidas a histerectomia por patologia ginecológica benigna entre 2008 e 2013. Foi elaborado um estudo transversal e retrospetivo com uma componente descritiva e analítica. Para o estudo foram consultados os processos clínicos das doentes para avaliação dos seguintes parâmetros: a idade e a presença de co morbilidades prévias à realização da cirurgia, hemoglobinémia e hematócrito pré-operatório, motivo da histerectomia, a via de abordagem cirúrgica, complicações cirúrgicas peri e pós-operatórias, e do estudo anátomo-patológico das peças operatórias, o volume do útero, a presença de Leiomiomas Uterinos bem como o seu número e localização e, por fim, a presença de patologia anexial. Resultados: De janeiro de 2008 a dezembro de 2013 foram efetuadas 841 histerectomias por patologia ginecológica benigna. Destas, apenas 777 foram incluídas no estudo, 59 foram excluídas por registos clínicos insuficientes e 5 excluídas por doença da coagulação. A via vaginal foi escolhida em 402 (51,7%) doentes e a via abdominal em 375 (48,3%). A média de idade das doentes incluídas no estudo foi de 53,67 anos. O principal motivo da histerectomia foi Leiomioma Uterino em 426 (54,8%) casos, seguido de Prolapso Urogenital em 206 (26,5%). O estudo anátomo-patológico das peças operatórias revelou presença de Leiomiomas em 537 (69,10%) doentes. As complicações cirúrgicas relacionadas com a histerectomia foram verificadas em 94 (12%) doentes, sendo a infeção pós-operatória a mais frequente em 30 (3,8%) casos. Em 5 (0,6%) casos houve necessidade de conversão da cirurgia vaginal para cirurgia abdominal. Há a registar 1 caso de morte intraoperatória por Choque Cardiogénico em doente submetida a histerectomia por via abdominal; 1 caso de TEP no pós-operatório em doente submetida a histerectomia vaginal; 13 reinternamentos dos quais 5 após histerectomia por via abdominal; 17 casos de transfusão de glóbulos vermelhos peri-operatórias sendo 9 em doentes submetidas a histerectomia por via abdominal. Metade das mulheres, 201 doentes, que foram submetidas a histerectomia por via vaginal não apresentavam Prolapso Urogenital. Na globalidade, os casos em que foi selecionada a via vaginal para a realização da histerectomia corresponderam aos grupos etários mais idosos (> 50 anos: 61,90%) e às doentes com útero de menor dimensão (apenas 13,8% das doentes tinham útero com mais de 350g, mas em 33,30% dos casos o maior mioma apresentava mais de 5 cm). Conclusões: A via de abordagem vaginal foi a via mais escolhida para a realização de histerectomia para patologia ginecológica benigna. A histerectomia vaginal foi a técnica de eleição escolhida para a correção do Prolapso Urogenital mas também para tratamentos de outras patologias ginecológicas, como o Leiomioma Uterino, em que se mostrou adequada mesmo na presença de úteros volumosos e Miomas de grandes dimensões, com baixa taxa de complicações sendo estas semelhantes nas duas vias de abordagem.

Introduction: Hysterectomy is one of the most performed gynecological surgeries in the world. However, despite the vaginal hysterectomy being considered the preferential approach, the abdominal approach path (laparotomy or laparoscopy) is still practiced by most doctors. The selection criteria for the choice of the vaginal approach remains controversial, but with increasing current interest. Goals: Based on six years of clinical data from the Obstetrics and Gynecology Service (SOG) of CHCB, the aim of this study was to find factors that conditioned the choice of vaginal hysterectomy for benign gynecological pathology, and set guidelines for the choice. Material and methods: All patients undergoing hysterectomy for benign gynecological pathology between 2008 and 2013 were selected. A cross-sectional and retrospective study with a descriptive and analytical component was the selected study type. For the study, the following medical record parameters were used: age and presence of co-morbidities to surgery, hemoglobin levels and preoperative hematocrit, hysterectomy motive, the surgical approach route, peri-surgical complications and postoperative and pathological study of operative parts, the volume of the uterus, the presence of Uterine Leiomyomas, their number and location and the presence of adnexal pathology. Results: From January 2008 to December 2013, 841 hysterectomies were performed for benign gynecological pathology. Of these, only 777 were included in the study. 59 were excluded due to insufficient clinical records and 5 excluded for a coagulation disorders. The vaginal route was chosen in 402 (51.7%) patients and the abdominal in 375 (48.3%). The average age of patients included in the study was 53.67 years. The main reason for the hysterectomy was Uterine Leiomyoma in 426 (54.8%) cases, followed by Urogenital Prolapse with 206 (26.5%). The pathological study of the surgical specimens revealed the presence of Leiomyomas in 537 (69.10%) patients. Surgical complications of hysterectomy were observed in 94 (12%) patients, the most frequent being postoperative infection in 30 (3.8%) cases. In 5 (0.6%) cases it was necessary to convert the vaginal approach into an abdominal surgery. There are records of 1 case of intraoperative death, cardiogenic shock in a patient that underwent hysterectomy by laparotomy, 1 case of Pulmonary Thromboembolism in the postoperative period in a patient submitted to vaginal hysterectomy, 13 readmissions, 5 of them after an hysterectomy by laparotomy, 17 cases with perioperative transfusion of red blood cells, 9 of them in patients undergoing hysterectomy by laparotomy. Half of the women, 201 (50%) who have submitted to vaginal hysterectomy had no Urogenital Prolapse. Overall, the vaginally hysterectomy cases were related to older age groups (> 50 years: 61.90%) and patients with smaller uterus (only 13.8% of patients had uterus with more than 350g, but 33.30% of the cases, the larger fibroids had more than 5 cm). Conclusions: The vaginal approach was chosen more often to conduct hysterectomy for benign gynecologic disease. Vaginal hysterectomy was the chosen technique for the correction of Urogenital Prolapse but also for treating other gynecological conditions such as Uterine Leiomyoma that was adequate even in the presence of bulky uterus and Large Fibroids, with low complication rate these being similar to the two-way approach.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara
Contributor(s) uBibliorum
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Related documents

No related documents