Author(s):
Marques, Ana Micaela Mendes Pereira
Date: 2016
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/12160
Origin: Repositório da UTL
Subject(s): espaços em aberto; espaços desativados; frente ribeirinha; Lisboa / Almada; reconversão; novos usos
Description
Mestrado em Arquitetura Paisagista - Instituto Superior de Agronomia - UL
O comprometimento administrativo e a especulação de terrenos nas margens urbanas, aparentemente com aptidão para a construção e com valores de mercado mais baixo, geram um crescimento e alastramento desmedido da malha urbana, que se estende de forma desorganizada e pouco atenta aos atributos e substratum dos sítios. Enquanto isso, nos tecidos ancestrais vão proliferando os espaços monofuncionais, espaços desativados, ou em discrepância temporal com o espaço envolvente, por vezes desprovidos de uso, os quais designamos de Espaços em Aberto. Estes, entendidos como espaços residuais, nucleares ou intersticiais, apresentam qualidades distintas e grande potencial. Recorrentemente subvalorizados, constituem uma oportunidade na reorganização das cidades e dos seus fluxos e, uma mais-valia na solução de problemas de cariz ecológico, cultural, social e económico podendo e devendo ser lidos integradamente. Encontrando-se nestes uma oportunidade de reconverter e “reciclar cidade”, há necessidade de refletir e sistematizar as suas qualidades e diferenciações, de forma a sustentar propostas mais consistentes de atuação e desenho urbano, qualificado quer no plano espacial quer no plano da sua sustentabilidade. Pretende-se assim analisar, sinteticamente, o panorama atual dos Espaços em Aberto e considerações que têm vindo a ser tecidas sobre estes, nomeadamente, nas suas várias vertentes/interpretações e, de forma mais aprofundada, o caso particular dos Espaços em Aberto marginais, que se encontram inscritos nas margens do rio Tejo. Elaborar propostas conjuntas para estes Espaços, que reflitam sobre o tipo de relações que estes estabeleceram e estabelecem com o rio, e a forma como estes podem reencontrar o seu papel estruturante e agregador de intervenções de margem fluvial, preservando a sua identidade e particular intensidade, como ativadores da cidade. Recuperando espaço e trazendo novos usos que permitam uma reorganização da malha urbana, dos hábitos e usos urbanos e de relevação dos registos culturais ligados ao lugar de Lisboa e ao Rio