Author(s): Passeiro, Vanessa Alexandra Batalha
Date: 2018
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/15884
Origin: Repositório da UTL
Subject(s): experiência estética; ética; paisagem; percepção de naturalidade; simbolos da linguagem cultural
Author(s): Passeiro, Vanessa Alexandra Batalha
Date: 2018
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/15884
Origin: Repositório da UTL
Subject(s): experiência estética; ética; paisagem; percepção de naturalidade; simbolos da linguagem cultural
Mestrado em Arquitectura Paisagista - Instituto Superior de Agronomia - UL
No contexto actual, em que a naturalidade da paisagem é muito valorizada, mas igualmente indefinida, conduzindo à sobrevalorização de paisagens com baixo interesse ecológico por oposição a paisagens muito naturais, o presente trabalho pretende contribuir para o conhecimento sobre o conceito cultural de naturalidade da população portuguesa, para que se possa aplicar na prática da Arquitectura Paisagista a ideia proposta por Nassauer (1995), que consiste em estruturar a paisagem natural e a sua função ecológica com uma linguagem reconhecível e aprazível culturalmente, tornando-a objecto de afectividade e potenciando a sua preservação. Pretende ainda avaliar o conhecimento da população sobre a naturalidade da paisagem e de que forma as suas características individuais o influenciam. Para legitimar os objectivos anteriores, demonstra-se a importância do elevado grau de naturalidade da paisagem e do conhecimento desse grau na experiência estética dos visitantes, defendendo-se a inclusão da estética como apoio à ética na gestão da paisagem e na sensibilização ambiental. De modo a preparar o estudo da percepção de naturalidade, discutem-se os conceitos de natureza, paisagem, ambiente, território, artificial e cultural, aprofunda-se o conceito de naturalidade e definem-se os processos de percepção e preferência. O estudo é desenvolvido através dos resultados do inquérito aplicado à população, constituído por uma parte escrita e por um exercício visual baseado no método «Q-sort» ligeiramente modificado, para o qual foram seleccionadas e classificadas fotografias de paisagens portuguesas de acordo com a escala de naturalidade de Machado (2004). Foi possível identificar como símbolos da linguagem cultural de naturalidade a vegetação verde, a sua densidade e diversidade, a predominância de árvores maduras, os elementos de água e as formas de relevo movimentado. Concluiu-se que, apesar da percepção geral de naturalidade coincidir com a naturalidade ecológica, ainda há um caminho a percorrer ao nível da sensibilização do público, particularmente para os problemas da fragmentação da paisagem e das espécies invasoras. Por último, verificou-se que a percepção dos inquiridos é influenciada pelas suas características individuais, nomeadamente o nível de instrução, a área de estudos, a profissão e a filiação a ONG’s ambientais