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O controlo da dor em neonatologia : intervenções não farmacológicas

Author(s): Moreno, Adélia Sofia

Date: 2012

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/9380

Origin: Escola Superior de Enfermagem do Porto

Subject(s): Dor recém-nascido; Controlo da dor


Description

O controlo da dor é cada vez mais um aspeto inseparável dos cuidados de enfermagem e um foco da sua prática. No contexto de um internamento em neonatologia o recém-nascido é submetido a procedimentos, muitas vezes dolorosos ou potencialmente dolorosos, necessários ao seu diagnóstico, estabilização e tratamento. A dor inerente a estes procedimentos pode ser prevista e diminuída e/ou eliminada através de intervenções adequadas, que podem ser farmacológicas ou não farmacológicas. Com a realização deste estudo pretendi descrever as intervenções não farmacológicas instituídas pelos enfermeiros para controlar a dor provocada por procedimentos. Este tema emergiu do facto destas intervenções se enquadrarem no âmbito da atuação autónoma dos enfermeiros e por constatar na minha prática profissional que, em situações semelhantes, as intervenções de controlo da dor instituídas parecem ser diferentes, de acordo com o enfermeiro que as executa. Foi levado a cabo um estudo descritivo e transversal, de natureza quantitativa, com o recurso a uma amostra não aleatória e de conveniência de 30 enfermeiros do Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar São João - pólo do Porto, EPE. Foi elaborada uma grelha de registo das intervenções de controlo da dor instituídas pelos enfermeiros, perante os procedimentos a que os recém-nascidos a seu cargo foram submetidos, durante um período de seis semanas. Os resultados obtidos indicam uma frequente utilização de intervenções não farmacológicas perante os vários procedimentos a que o recém-nascido foi submetido, nomeadamente: 89,2% nas punções do calcanhar, 86,2% nas aspirações do nariz e/ou orofaringe, 89,6% nas punções venosas periféricas/colocação de cateteres venosos periféricos e 83,8% nas remoções de adesivos. Estas foram instituídas isoladamente em 83,3% da totalidade dos procedimentos e associadas a intervenções farmacológicas em 9,6%. A utilização exclusiva de intervenções farmacológicas ocorreu em 5,1% dos procedimentos enquanto em 2% não foi realizada qualquer intervenção para o controlo da dor. XVI As intervenções não farmacológicas mais frequentemente utilizadas perante cada um dos procedimentos realizados com mais frequência foram: a sucção não nutritiva (17,5%) na punção do calcanhar; a contenção manual ou através de meios auxiliares (26,3%) na aspiração do nariz e/ou orofaringe; a administração de substâncias açucaradas associada à sucção não nutritiva (20,4%) na punção venosa periférica/colocação de cateter venoso periférico. Quando se consideram todas as intervenções realizadas perante todos os procedimentos, os enfermeiros utilizam diversas intervenções não farmacológicas, tendo sido a mais frequente a contenção manual ou através de meios auxiliares (14%), seguida da utilização simultânea da sucção não nutritiva e de substâncias açucaradas (10,3%) e da utilização em associação da contenção com a sucção não nutritiva (9,6%). Como conclusão, apesar da constatação das intervenções não farmacológicas mais utilizadas perante os procedimentos dolorosos, não foi estudada a eficácia das mesmas, o que fica como sugestão para futuros estudos. Os resultados deste estudo poderão ser o ponto de partida para a realização de outras pesquisas, que possam vir a contribuir para uma uniformidade de intervenções no controlo da dor no recém-nascido e, eventualmente, para a melhoria dos cuidados.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Contributor(s) Repositório Comum
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