Author(s):
Frazão, Joana de Sousa Tavares do Amaral
Date: 2009
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/1762
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Tsai, Ming-Liang, 1957-; Haynes, Todd, 1961-; Cinema - Taiwan - séc.20-21; Cinema - Estados Unidos da América - séc.20-21; Doenças; Narração; Teses de mestrado - 2010
Description
Tese de mestrado, Estudos Americanos, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2010
A partir dos filmes Safe (de Todd Haynes) e The River (de Tsai Ming-Liang), analisa-se o motivo da doença nos seus cruzamentos com questões de narrativa e cinema. Recorrendo a obras literárias, ensaísticas e à restante filmografia dos realizadores, traçam-se dois paralelos: 1) entre a progressão linear que as representações da doença implicam e o modelo da causalidade narrativa, no sentido aristotélico; 2) entre o olhar clínico e o olhar cinematográfico, sobretudo na dificuldade (necessária) em registar uma transformação (o sintoma) que ocorre no corpo. Apesar de Todd Haynes e Tsai Ming-Liang fazerem usos muito diferentes da doença, inserem-se ambos numa tradição que a associa à anomalia e à metamorfose; ao mesmo tempo, desviam-se dessa tradição por não apresentarem uma resolução e por formularem uma relação entre conhecimento e visão que é problemática. Pelo modo como dirige a curiosidade e a atenção do espectador, o motivo da doença surge como revelador de duas concepções distintas de cinema, a de Haynes e a de Tsai.
Taking the films Safe (by Todd Haynes) and The River (Tsai Ming-Liang) as a starting point, the motif of illness is analyzed in its connections with narrative and cinematic issues. Making use of literary and essayistic works, as well as the two directors' filmographies, two parallels are drawn: 1) between the linear progression incorporated in the representations of illness and the model of narrative causality, in the Aristotelian sense; 2) between clinic gaze and cinematic gaze, especially in what concerns the (necessary) difficulty of representing a transformation (the symptom) that takes place in the body. Despite Todd Haynes and Tsai Ming-Liang making very different uses of illness, they both fit a tradition that associates it with anomaly and metamorphosis; at the same time, they evade that tradition by not offering narrative closure and by formulating a problematic relation between knowledge and vision. In the way it directs the viewers'curiosity and attention, the motif of illness appears as revealing two distinct conceptions of cinema, by Haynes and by Tsai.