Author(s): Benavente, Renata
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/2379
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Vinculação; Crianças em risco; Teses de doutoramento - 2011
Author(s): Benavente, Renata
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/2379
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Vinculação; Crianças em risco; Teses de doutoramento - 2011
Tese de doutoramento, Psicologia (Psicologia Clínica), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2011
Esta investigação tem como objectivo principal identificar os factores de mudança das representações da vinculação durante a infância em crianças de famílias de alto-risco. Constituíram-se 2 grupos em função do estatuto de vitimização por mau trato, negligência ou abuso sexual: 127 crianças sinalizadas aos serviços de protecção (Comissões de Protecção de Crianças e Jovens) e 121 crianças sobre as quais não haviam suspeitas de vitimização, integradas em equipamentos educativos (ensino pré-escolar ou actividades de tempos livres). O delineamento da investigação foi longitudinal e prospectivo e as avaliações das representações da vinculação foram realizadas com um intervalo de 3 anos: a primeira na idade pré-escolar e a segunda na idade escolar (54 crianças do grupo de risco e 57 crianças do grupo sem suspeitas de vitimização). Determinou-se o impacto do apoio social percebido pela criança, do estilo de vinculação do cuidador principal, das percepções de apoio pelo adulto - relativamente à mãe e ao(à) companheiro(a), da depressão, dos acontecimentos de vida negativos e das experiências de cuidado e abuso, na infância e adolescência do cuidador principal, sobre a descontinuidade das representações da vinculação da criança. Os resultados permitem concluir que: 1) as representações segura e desorganizada são mais estáveis que as representações desactivada/evitante e hiperactivada/ambivalente; 2) a estabilidade da desorganização ocorre principalmente no grupo de risco e, 3) a descontinuidade das representações verifica-se sobretudo no sentido da segurança. Relativamente ao cuidador identificou-se a associação dos seguintes factores às descontinuidades das representações da criança no sentido da insegurança: 1) o estilo de vinculação inseguro; 2) a depressão, 3) o conflito percebido no contexto da relação conjugal, 4) as baixas percepções de apoio prestado pela mãe e pelo companheiro, 5) a reduzida percepção de profundidade na relação conjugal e, 6) a menor referência a acontecimentos de vida negativos. Não se observou influência das experiências de abuso ocorrido na infância do cuidador sobre aquelas representações.
This study explores determinants of change in attachment representations among children in high-risk families. Two groups of children were recruited for this research: 127 children reported to Child Protective Services (Children and Youth Protective Commissions) because of maltreatment, neglect or sexual abuse, and 121 children not referred do Child Protective Services attending kindergarten or after school activities in non-profit centers. The research had a prospective longitudinal design. The first assessment occurred during preschool years and the second in middle childhood, 3 years later (57 and 54 children remained from each group, respectively). The influences of children’s perceptions about social support, caregiver’s attachment style, caregiver’s perceptions of support from mother and partner, depression, negative life events, and experiences of abuse during the caregiver’s childhood and adolescence upon attachment child representations discontinuity were tested. Results provided evidence that: 1) secure and disorganized attachment representations are more stable than insecure organized representations (avoidant or ambivalent); 2) in the risk group stability of disorganized representations is bigger than other attachment representations and; 3) transition to security is the most frequent change in attachment representations. Attachment representations discontinuity (secure to insecure) is related to the following caregiver factors: 1) insecure attachment style, 2) depression, 3) conflict with partner, 4) low perceptions of support from mother and partner, 5) reduced perception of depth in the relation with partner and, 6) reduced report of negative life events. No evidence for an association between caregiver’s childhood experiences of abuse and neglect and children’s attachment representations discontinuity was found.
Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/23178/2005)