Author(s): Álvares, Cristina
Date: 1997
Persistent ID: https://hdl.handle.net/1822/6371
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Subject(s): 82"11/12"; 82.0
Author(s): Álvares, Cristina
Date: 1997
Persistent ID: https://hdl.handle.net/1822/6371
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Subject(s): 82"11/12"; 82.0
Tese doutoramento (Área do conhecimento Letras)
[Excerto introdução] Esta tese tem como objecto de estudo os romances corteses em verso (r.c.v.) escritos entre 1180 e 1250. O contexto histórico em que aparece e se desenvolve este género literário é marcado por transformações sociais e culturais que estão na base da modernidade.Sobre um pano de fundo em que se inscrevem o aumento da produtividade e o crescimento demográfico, o desenvolvimento urbano e a aceleração do progresso tecnológico, destaco como processos eminentemente modernos: i) A Reforma Gregoriana que, sendo um amplo movimento de racionalização das práticas e das funções sociais do clero e de centralização do poder no papa, obrigou ao desenvolvimento da escrita: é graças à escrita que a ortodoxia se pode constituir, legitimar e aplicar. Não só a Reforma Gregoriana é grandemente responsável pelo desenvolvimento da literacia como o é também, ainda que involuntariamente, pelo processo de secularização e laicização do poder e da sociedade que costuma ser apontado como o mais característico da modernidade.De facto, no seu desejo de distinguir os seus poderes e funções dos da aristocracia, nomeadamente com a Querela das Investiduras, a Igreja aperfeiçoou a noção de autoridade secular separada do poder religioso, ao ponto que "o conceito gregoriano de Igreja quase exigia a invenção do conceito de Estado" (Strayer1969:27). (...)