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Construção e desconstrução de identidades em a Caverna de José Saramago e Who's afraid of Virginia Woolf ? de Edward Albee

Author(s): Vicente, Sara Marisa Marques

Date: 2008

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/5113

Origin: Repositório Institucional da UNL

Subject(s): Construção; Desconstrução; José Saramago; Edward Albee; Platão; Peter Slotedijk


Description

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Línguas, Literaturas e Culturas, Estudos Ingleses e Norte-Americanos

Esta dissertação propõe uma abordagem comparatista do processo de construção e desconstrução de identidades em A Caverna de José Saramago (2000) e Who’s Afraid of Virginia Woolf? (1962) de Edward Albee. Os construtores Cipriano Algor, Martha e George produzem identidades baseadas em ilusões, de modo a evitar o confronto com a verdade acerca das suas próprias realidades. Cipriano é confrontado com a extinção do trabalho artesanal na sociedade cada vez mais industrializada. A substituição inevitável de tais tipos de trabalhos pelos novos aparelhos tecnológicos e o aparecimento de materiais diferentes e resistentes funcionam como causas da inadaptação de Cipriano na nova realidade simbolizado pelo centro comercial. Martha e George criam a ilusão de um filho que representa a perfeição na relação entre o casal. No ambiente académico, o sucesso intelectual deve ser acompanhado de um casamento irrepreensível. Os espaços onde estas personagens constroem identidades, ilustram a necessidade de encontrar novos códigos e linguagens para comunicar consigo mesmos e compreender a verdade. Tal como explica o filósofo alemão, Peter Sloterdijk, no segundo tomo da sua trilogia Esferas (2004), estes espaços são “invernadouros”, onde Cipriano, Martha e George encontram tudo aquilo que necessitam para criar ilusões e ocultar a verdade. No respeitante aos “invernadouros”, a Alegoria da Caverna serve como fonte fundamental para analisar o centro comercial e o enclausuramento dos que aí vivem. No final, o oleiro sente-se como um prisioneiro na caverna de Platão durante a estadia no novo apartamento,. Crátilo de Platão serve como suporte teórico relevante para explicar o papel da atribuição de nomes às identidades no processo de construção. Desse modo, os construtores associam as identidades com as realidades que estas representam. Em conclusão, estas identidades revelam a inevitabilidade do confronto com a verdade e o processo de desconstrução torna-se não só previsível, mas igualmente, necessário para o futuro das personagens nas suas novas realidades.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Ceia, Carlos
Contributor(s) RUN
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