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Retrato social das pessoas com demência no Concelho de Vizela

Autor(es): Fonseca, Ilda Maria da Assunção

Data: 2014

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.26/7450

Origem: Instituto Superior de Serviço Social do Porto

Assunto(s): Envelhecimento; Demência; Necessidades; Pessoas idosas


Descrição

É hoje sobejamente falado que o envelhecimento da população é uma caraterística das sociedades atuais. É uma constatação que se nasce cada vez menos e que se vive cada vez mais. A pirâmide etária está invertida, as gerações não se conseguem renovar. À data do último momento censitário realizado em 2011, Portugal apresentava uma população de 10.562.178 habitantes, sendo que 2.010.064 habitantes apresentavam idade igual ou superior a 65 anos. Face ao envelhecimento da população, o grupo dos idosos constituiu a parte mais afetada pelas doenças crónicas. A incidência de doenças como hipertensão arterial, diabetes, patologias cardiovasculares ou as demências têm maior prevalência com o avançar da idade. Dados da Alzheimer Europe referem que o número de cidadãos europeus com demência é de 7,3 milhões. Em Portugal, estima-se que cerca de 153.000 pessoas tenham demência e que 90.000 deste universo tenham demência de Alzheimer. Especialistas dos estados-membros da União Europeia preveem ainda que estes dados dupliquem ou tripliquem em 2040. Face a este panorama, e tendo em conta a progressão lenta da doença, a incapacidade que provoca, os cuidados especializados necessários e a exigência ao nível da supervisão, observação e cuidados, a presente dissertação pretende constituir um documento de conhecimento acerca da realidade do concelho de Vizela no que às demências diz respeito. Pretende ainda refletir acerca das necessidades acrescidas que a problemática das demências acarreta, não só para o doente, mas também para aqueles que lhe estão e são mais próximos. Os dados apresentados resultam da análise das informações recolhidas junto de idosos e familiares e/ou principais cuidadores, através de uma investigação de caráter exploratório e descritivo. A análise dos dados, qualitativos e quantitativos, permitiu concluir que o ato de cuidar de pessoas com demência implica uma sobrecarga e desgaste físico e emocional dadas as necessidades acrescidas que esta patologia implica, por comprometer a associação de múltiplas funções do indivíduo a diferentes níveis: o pensamento, a orientação, a compreensão, o cálculo, a capacidade de aprendizagem, a linguagem e a capacidade de decisão perante as atividades do dia-a-dia. Por conseguinte, a natureza da doença coloca problemas acrescidos, resultantes da escassez de conhecimentos médicos e científicos, tais como: dificuldades de diagnóstico, muitas vezes feito tardiamente, obstáculos no acesso a cuidados de saúde de alta qualidade e insuficiência de serviços/equipamentos de apoio social e ainda a insuficiência de legislação específica. Embora seja importante a estimulação cognitiva e/ou acompanhamento psicológico, estes aspetos são pouco referenciados pelos familiares e/ou cuidadores. Tal facto poderá decorrer da baixa escolaridade dos inquiridos, da carência de informação acerca da doença e mesmo da falta de encaminhamento/orientação para cuidados especializados por parte dos serviços médicos. O estudo mostra, ainda, que a família continua a ser a principal prestadora de cuidados aos idosos, sendo que é nos filhos e/ou no cônjuge que mais recai o ato de cuidar, o qual é descrito essencialmente como um dever/obrigação e como um ato de amor.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Sequeira, Carlos Alberto da Cruz; Ribeiro, Oscar
Contribuidor(es) Repositório Comum
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