Autor(es):
Jesus, Élvio Henriques de ; Pinto, Alexandra Marques ; Fronteira, Inês Santos Estevinho ; Mendes, Aida Maria de Oliveira Cruz
Data: 2014
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): Burnout; Enfermeiros; Serviços Médico-cirúrgicos; RN4CAST
Descrição
Enquadramento: A síndrome de burnout constitui um importante factor de impacto negativo na saúde, bem-estar e produtividade dos enfermeiros. Têm sido documentados efeitos directos na qualidade e segurança dos cuidados e, logo, no desempenho dos serviços de saúde. Embora estudos realizados em Portugal descrevam esta realidade em alguns contextos organizacionais, importante continua a ser a realização de estudos de âmbito nacional e internacional de larga escala. Objectivo: Descrever a percepção dos enfermeiros de serviços médico-cirúrgicos dos hospitais portugueses relativamente aos sintomas de burnout e sua relação com algumas variáveis sociodemográficas e profissionais. Material e métodos: Estudo quantitativo, observacional, transversal, analítico, envolvendo 2235 enfermeiros de unidades médico-cirúrgicas de adultos de 31 Hospitais portugueses. Os dados foram colhidos através da aplicação do Maslach Burnout Inventory (MBI) e de um questionário sociodemográfico e tratados com recurso à estatística descritiva e analítica. Resultados: Elevada prevalência de exaustão emocional, particularmente nos enfermeiros com menor experiência profissional, porém baixos níveis de despersonalização e de perda da realização profissional. Encontrou-se significância estatística (p≤0,05) na relação entre as variáveis sexo, experiência e título profissional, local de trabalho e tipo de serviço, relativamente à componente exaustão emocional; e, sexo, experiência profissional e part-time, no que que refere à despersonalização. Conclusão: Os níveis de exaustão emocional evidenciados exigem uma profunda e tempestiva reflexão por parte das diferentes entidades envolvidas nos sistemas de prestação de cuidados de enfermagem uma vez que tendo-se verificado níveis relativamente baixos de despersonalização e de perda da realização profissional, a reversão dos sintomas poderá ser mais facilmente conseguida. Estudos de casos de sucesso/insucesso, de intervenção e do tipo longitudinal são igualmente recomendados.