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O pensamento contrafactual e a atribuição de culpa a vítimas de violação em cenários de stranger e acquaintance rape

Autor(es): Silva, Daniela Maria Da Costa Ferreira Muro E

Data: 2014

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/3674

Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário

Assunto(s): Pensamento contrafactual; Stranger e acquaintance rape; Julgamentos de culpa; Counterfactual thinking; Blame assignment.


Descrição

Dissertação de mestrado apresentada ao ISPA - Instituto Universitário

Cada vez mais a violação é perspetivada como o trauma que efectivamente constitui (Vidal & Petrak, 2007; Krahé, 1991). Ao impacto do crime per se, acresce o feedback da sociedade, que, se negativo, desencadeia um processo de vitimização secundária (Strómwall, Landstrom & Alfredsson, 2014), nomeadamente, a atribuição de culpa pelo crime à vítima. Uma das teorias que tem sido empregue na compreensão dos julgamentos de culpabilidade imputados a vítimas de violação é a teoria do pensamento contrafactual (Levy & Ben-David, 2008, pp. 7, 8) que concebe estes julgamentos como resultado do contraponto que se estabelece entre a realidade e as alternativas imaginadas (Roese, 1994; Roese, 2005, p. 17). O presente documento discute o fundamento e a viabilidade de implementação de uma investigação que enquadre a problemática dos julgamentos de culpa imputados a vítimas do crime de violação à luz do pensamento contrafactual, com uma metodologia que faz uso de vinhetas escritas e de listas de contrafactuais ascendentes focados na vítima. Adicionalmente, incorporamos a variável «tipo de relacionamento entre vítima e agente do crime» que, segundo nos constou, não foi, até à data, avaliada concomitantemente com as duas variáveis supramencionadas. Esperamos (i) que os contrafactuais potenciem os julgamentos de culpa, (ii) que estes últimos sejam mais elevados no cenário em que vítima e agente do crime sejam conhecidos entre si (acquaintance rape), comparativamente ao cenário em que sejam estranhos (stranger rape) e (iii) que haja um efeito combinados dos dois factores contemplados. Rematamos discutindo a pertinência, possíveis críticas e limitações deste projeto.

ABSTRACT------More and more, rape is seen as the traumatic experience that truly represents (Vidal & Petrak, 2007; Krahé, 1991). Besides the impact of the crime per se, we should consider the feedback of society, which, if negative, triggers a process of secondary victimization (Strómwall, Landstrom & Alfredsson, 2014), namely, judgments of blame towards the victims. One of the theories that has been used towards an understanding of those victim blaming is counterfactual theory (Levy & Ben-David, 2008, pp. 7, 8) which sees it as a result of the contrast between reality and the alternatives imagined to that (Roese, 1994; Roese, 2005, p. 17). The present document approaches the groundwork and feasibility of an investigation that frames judgments of guilt towards victims of a rape crime under the light of counterfactual thinking, with a methodology that uses written vignettes and lists of upward counterfactual focused on the victim. Furthermore, we include the type of relation between victim and aggressor as a variable, one that, as far as we are concerned, has not been yet approached along with the other variables considered. We expect results to reveal that counterfactuals do, in fact, (i) potentiate judgments of guilt, (ii) that those last will be higher in the vignette where victim and perpetrator know each other (acquaintance rape), comparatively to the vignette where they are depicted as strangers (stranger rape), and (iii) that that is an interaction effect between the two factors implicated. At last, we discuss the relevance, possible criticism and limitations of the study conceived in this document.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Garcia-Marques, Teresa
Contribuidor(es) Repositório do ISPA
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