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“É um facto, cometer crimes é Fácil, investigar é que é difícil”: Confissão e falsa confissão nas palavras dos investigadores de diferentes contextos criminais

Autor(es): Pires, Ana Mafalda Rosa

Data: 2009

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/4321

Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário

Assunto(s): Confissão; Falsa confissão; Contexto de investigação; Confession; False confession; Investigation context; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia


Descrição

Dissertação de Mestrado apresentada ao ISPA - Instituto Universitário

O interesse pelas temáticas associadas ao crime tem vindo a aumentar consideravelmente, de acordo com a evolução das novas perspectivas e técnicas de análise do fenómeno. Neste contexto, a obtenção da confissão do suspeito era vulgarmente entendida como indicador máximo da culpabilidade do suspeito, o que nem sempre correspondia à realidade. Sentiu-se, então, necessária a inclusão de uma nova variável ao nível da investigação criminal: a falsa confissão. Neste sentido, o presente estudo propôs-se a analisar as possíveis diferenças na perspectiva dos investigadores dos diferentes núcleos de investigação criminal da GNR, face aos fenómenos da confissão e da falsa confissão em Portugal. Para o cumprimento deste objectivo, procedeu-se à realização de 40 entrevistas semi-directivas e semi-estruturadas aos agentes de investigação criminal. Numa segunda fase, depois de transcritas as entrevistas, aplicou-se o instrumento de análise de conteúdo para o tratamento da informação recolhida. No geral, foi-nos possível identificar a personalidade do suspeito como factor determinante na produção de uma confissão, bem como a experiência do investigador enquanto facilitador da mesma ocorrência. Quanto às falsas confissões, estas foram maioritariamente atribuídas a factores externos ao suspeito, não implicados na acção do investigador. Contudo, algumas diferenças entre os Núcleos de Investigação foram identificadas, sendo o grupo que desenvolve, maioritariamente, análise de provas o que mais se distancia dos restantes. Os investigadores na área de roubos apresentaram tendências muito similares às do núcleo que investiga crimes associados à violência doméstica, aproximando-se dos dois anteriores, em menor grau, os investigadores de acidentes de viação.

ABSTRACT: O interesse pelas temáticas associadas ao crime tem vindo a aumentar consideravelmente, de acordo com a evolução das novas perspectivas e técnicas de análise do fenómeno. Neste contexto, a obtenção da confissão do suspeito era vulgarmente entendida como indicador máximo da culpabilidade do suspeito, o que nem sempre correspondia à realidade. Sentiu-se, então, necessária a inclusão de uma nova variável ao nível da investigação criminal: a falsa confissão. Neste sentido, o presente estudo propôs-se a analisar as possíveis diferenças na perspectiva dos investigadores dos diferentes núcleos de investigação criminal da GNR, face aos fenómenos da confissão e da falsa confissão em Portugal. Para o cumprimento deste objectivo, procedeu-se à realização de 40 entrevistas semi-directivas e semi-estruturadas aos agentes de investigação criminal. Numa segunda fase, depois de transcritas as entrevistas, aplicou-se o instrumento de análise de conteúdo para o tratamento da informação recolhida. No geral, foi-nos possível identificar a personalidade do suspeito como factor determinante na produção de uma confissão, bem como a experiência do investigador enquanto facilitador da mesma ocorrência. Quanto às falsas confissões, estas foram maioritariamente atribuídas a factores externos ao suspeito, não implicados na acção do investigador. Contudo, algumas diferenças entre os Núcleos de Investigação foram identificadas, sendo o grupo que desenvolve, maioritariamente, análise de provas o que mais se distancia dos restantes. Os investigadores na área de roubos apresentaram tendências muito similares às do núcleo que investiga crimes associados à violência doméstica, aproximando-se dos dois anteriores, em menor grau, os investigadores de acidentes de viação.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Pais, Lúcia Maria de Sousa Gomes Gouveia
Contribuidor(es) Repositório do ISPA
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