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A influência do clima e da estrutura na percepção de eficácia dos membros de parcerias

Autor(es): Henriques, Mónica Raquel de Carvalho

Data: 2008

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/584

Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário

Assunto(s): Parcerias; Psicologia comunitária; Tomada de decisão; Auto-eficácia; Resolução de conflitos; Instrumentos; Community psychology; Decision making; Self-efficacy; Conflict resolution; Instruments


Descrição

Dissertação de Mestrado em Psicologia Comunitária

As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo - CPCJ e restantes parcerias fazem parte do panorama da intervenção social quando se pretende intervir em problemas complexos como o bem-estar das crianças, a violência, o abuso de substâncias, a pobreza, entre outros. As parcerias envolvem actores-chave da comunidade, indivíduos e/ou entidades de vários sectores comunitários que se reúnem para responder aos problemas de forma colaborativa e têm vindo a aumentar um pouco por todo o país. No entanto, pouco se sabe, mesmo a nível mundial, sobre a sua eficácia no alcance dos objectivos para os quais são criadas. Deste modo, o interesse e pertinência da investigação nesta área decorre, por um lado, da necessidade de aprofundamento do conhecimento acerca do trabalho desenvolvido pelas parcerias, procurando entender quais os factores que contribuem para a sua eficácia. Por outro lado, é estimulado pela constatação de uma realidade crescente em Portugal, a emergência de parcerias induzidas ou mesmo criadas por lei como são as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens. Este trabalho surge enquadrado na investigação, de carácter nacional, desenvolvido pelo Grupo de investigação de Parcerias do Instituto Superior de Psicologia Aplicada. O presente estudo de carácter exploratório analisa quais os elementos do clima e estrutura da parceria que explicam a variação na sua percepção de eficácia. Focaram-se dois elementos da estrutura da parceria, designadamente o leque de membros que participam activamente na parceria e as estruturas formais presentes (e.g. agenda, actas, regulamento de funcionamento, processos estabelecidos de tomada de decisão e resolução de conflitos). Ao nível do clima focaram-se quatro aspectos do clima da parceria, nomeadamente a presença de missão partilhada; a tomada de decisões partilhada; a liderança inclusiva e eficaz; e a resolução de conflitos eficaz. Colocou-se a hipótese de que as parcerias seriam percebidas, pelos membros, como mais eficazes quando tivessem um mais diversificado e activo leque de membros, tivessem mais estruturas formais e tivessem um clima mais inclusivo. Procurou-se ainda perceber qual a relação entre os elementos estruturais e o clima, esperando que os representantes das entidades-membro mais activos percepcionassem o clima como mais inclusivo. A amostra é constituída por seis Comissões de Protecção de Crianças e Jovens da Região Centro do país. Os dados foram recolhidos junto dos líderes (N=8) - através da Entrevista ao Informador-chave - e dos restantes membros (N=73) - através do Questionário de Percepção de Eficácia de Parcerias Comunitárias. Ambos os instrumentos foram traduzidos e adaptados do estudo originai de Allen (2005). A nossa hipótese foi parcialmente confirmada. Verificámos relações fortes entre todos os elementos do clima e a eficácia percebida, mas apenas se verificaram algumas relações entre alguns dos aspectos estruturais e a eficácia. Para a análise dos dados foram utilizadas metodologias qualitativas e quantitativas. Entre os resultados encontrados ressaltam-se correlações positivas estatisticamente significativas com todos os elementos do clima. De uma forma geral a percepção de eficácia está correlacionada com a presença de missão partilhada (rs = +0,51 ; p = 0,001), com as estratégias de resolução de conflitos (r5 = +0,40 ; p = 0,001), com a presença de liderança formal partilhada (rs = +0,30 ; p = 0,018), com a presença de liderança informal partilhada (rs = +0,57 ; p = 0,001), e com alguns itens da escala da tomada de decisão partilhada. Ao nível dos elementos da estrutura, a eficácia revelou estar positivamente correlacionada com a satisfação (rs = +0,55 ; p = 0.001) e o número de actividades em que os membros se envolvem (rs = -0,25 ; p = 0,041). Por outro lado, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na percepção de eficácia entre os membros que têm autoridade para tomar decisões pela entidade que representam e aqueles que não tinham autoridade. Através da regressão múltipla, segundo o método stepwise, verificou-se que a satisfação e a missão partilhada têm uma capacidade preditiva altamente significativa {p < 0.001). A homogeneidade da amostra não permitiu analisar a relação entre alguns elementos estruturais e a percepção de eficácia. Os resultados revelaram que as Comissões são avaliadas como mais eficazes pelos seus membros quando estes percepcionam o clima como mais inclusivo, quando os membros têm autoridade para tomar decisões pelas entidades que representam e quando manifestam maior satisfação.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Contribuidor(es) Repositório do ISPA
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