Autor(es):
Monteiro, Adilson Emanuel Vieira Varela
Data: 2014
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/11144/338
Origem: Camões - Repositório Institucional da Universidade Autónoma de Lisboa
Assunto(s): Claridade; Literatura; Realidade; Cabo Verde
Descrição
A literatura pode encontrar a sua razão de existir na necessidade de expressão da realidade social. E na África Lusófona é sobejamente conhecido o papel da literatura na representação da realidade, ou seja, na manifestação da realidade/identidade dos povos desse conjunto de países. A literatura de Cabo Verde, em particular, não foge à regra. Na década de 30, os escritores Baltasar Lopes, Jorge Barbosa e Manuel Lopes, tendo em consideração as preocupações longamente alimentadas pelo grupo, criaram a revista literária Claridade, em que os escritores envolvidos buscaram, acima de tudo, criar uma literatura de caráter nacional, de “fincar os pés no chão” e de exaltar a realidade cabo-verdiana. Na mesma linha ideológica da Claridade, o claridoso Manuel Lopes publica, em 1959, o romance Os Flagelados do Vento Leste que, a partir da análise da realidade cabo-verdiana, coloca em evidência as calamidades, as secas e as mortes que afetavam a população do arquipélago. Nesta sequência, o objetivo fulcral desta Dissertação consiste em mostrar a natureza do projeto da revista Claridade e, consequentemente, do romance Os Flagelados do Vento Leste, enquanto manifestação de um discurso literário de e para Cabo Verde.