Detalhes do Documento

Associação entre ingestão alimentar compulsiva e índice de massa corporal em adolescentes obesos seguidos numa consulta de obesidade

Autor(es): Pereira, Carla Maria Ribeiro dos Santos, 1971-

Data: 2013

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/10077

Origem: Repositório da Universidade de Lisboa

Assunto(s): Ingestão alimentar compulsiva; Adolescentes; Obesidade; Índice de massa corporal; Teses de mestrado - 2013


Descrição

Tese de mestrado, Saúde do Adolescente, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2013

Pouco se sabe acerca da ingestão alimentar compulsiva (IAC) nos adolescentes, entidade que parece ter prevalência especialmente elevada em crianças e adolescentes obesos que procuram tratamento com o objectivo de perder peso, e nos quais, parece estar associada a piores resultados, nomeadamente a maior dificuldade em perder peso. O objectivo deste estudo foi estimar a prevalência de IAC e sua associação com o índice de massa corporal (IMC), nos adolescentes obesos (IMC ≥ P95) no momento da primeira Consulta de Obesidade Pediátrica do Departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria, e também, estudar a evolução do IMC e avaliar a ocorrência de perda de controlo alimentar e a associação de IAC com outros comportamentos alimentares disfuncionais. Fizeram parte do estudo 64 adolescentes com média de idades de 14,7 anos (±1,5 anos), a maioria raparigas (60,9%) e caucasianos (90,6%). O z-score do IMC variou entre 1,65 e 2,95 (média 2,13 ±0,27). Foi utilizado o questionário Obesity Disorder Eating Questionnaire (ODE-Q). A prevalência estimada de IAC, definida pela presença de episódios de IAC associados a perda de controlo pelo menos uma vez por semana, foi de 23,4%. Reportaram perda de controlo alimentar 53% dos adolescentes. Não se encontrou associação entre a ocorrência da IAC e os z-scores do IMC mais elevados (z-score do IMC 2,08 ± 0,28 no grupo com IAC e 2,14 ± 0,27 no grupo sem IAC). Entre a primeira e a segunda consulta houve uma diminuição média do IMC de 0,75 kg/m2 (±1,16). No grupo com IAC, houve uma diminuição do IMC (média 0,65 kg/m2 ± 1,17) inferior à verificada no grupo sem IAC (média 0,78 kg/m2 ± 1,17), mas não estatisticamente significativa. Os adolescentes com IAC tiveram scores mais elevados na escala de comportamentos alimentares disfuncionais do ODE-Q do que os adolescentes sem IAC. Os resultados deste estudo confirmam a IAC como um problema prevalente em adolescentes obesos que procuram tratamento com o objectivo de perder peso. Sugerem-se estudos mais alargados e a longo prazo para melhor compreender a associação entre ingestão alimentar compulsiva e obesidade nos adolescentes.

Little is known about binge eating (BE) in adolescents which seems to have particularly high prevalence among weight-loss seeking-treatment obese children and adolescents, in which it appears to be associated with worst results, particularly with regard to greater difficulty in losing weight. The aim of this study was to estimate the prevalence of BE and its association with body mass index (BMI) in obese adolescents (BMI ≥ 95th percentile) attending, for the first time, to the Pediatric Obesity Clinic at the Department of Pediatrics, Hospital de Santa Maria, and also, to study the IMC evolution and assess the occurrence of loss of control (LOC) and the association between IAC and other dysfunctional eating behaviors. Our sample included 64 adolescents, with a mean age of 14.7 years (± 1.5 years), most females (60.9%) and caucasians (90.6%). BMI z-score ranged from 1.65 to 2.95 (mean 2.13 ± 0.27). The Obesity Disorder Eating Questionnaire (ODE-Q) was used. The estimated prevalence of BE, defined by the presence of binge eating episodes associated with loss of control at least once a week, was 23.4%. LOC was reported by 53% of the adolescents included in the study. We didn’t find an association between higher BMI z-scores and BE (mean BMI z-score was 2.08 ± 0.28 in the group with BE and 2.14 ± 0.27 in the group without). Between the first and the second consultation there was a decrease in the BMI of 0.75 kg/m2 (± 1.16). In the BE group there was a lower decrease in BMI (mean 0.65 kg/m2 ± 1.17) than in the group without BE (0.78 kg/m2 ± 1.17), however without statistical significance. Adolescents with BE had higher scores on the dysfunctional eating behaviors scale of the ODE-Q when compared to the adolescents without BE. The results of this study confirm BE as a prevalent condition among obese adolescents seeking treatment. Future larger and longer-term studies are suggested to better understand the association between BE and obesity in adolescents.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Fonseca, Maria Helena Regalo da, 1956-; Neto, Ana Serrão
Contribuidor(es) Repositório da Universidade de Lisboa
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Documentos Relacionados

Não existem documentos relacionados.