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Europa, uma comunidade imaginada?:identidade colectiva, identidade nacional e integração europeia

Autor(es): Barata, Riccardo Averini

Data: 2010

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/306

Origem: Repositório da Universidade de Lisboa

Assunto(s): Identidade colectiva; Identidade nacional; Identidade europeia; Integração europeia; Legitimidade política; Teses de mestrado


Descrição

Tese de mestrado, Política Comparada, 2010, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa

Na era de preponderância do nacionalismo, que corresponde aos dois últimos séculos, a nação adquiriu um relevo fulcral, não só como referência identitária de massas, mas também como fundamento da legitimidade política. Deu-se a emergência do ideal político do Estado-nação, que determina que a uma entidade política deve corresponder uma nação. De facto, por toda aparte, os Estados procuram legitimar a sua existência imaginando-se e representando-se como nações e projectando essa imagem para as suas populações, enquanto colectivos que se vêm como nações sem Estado reivindicam o direito a governarem-se por si próprios. O processo de integração europeia confronta-se com esta dinâmica histórica, pois carece de uma nação que o sustente, ao mesmo tempo que envolve a transferência de poderes dos Estados Membros para uma nova entidade política. Conscientes da importância do 'paradigma moderno' (o ideal do Estado-nação), as elites europeias têm procurado encontrar, sobretudo desde a década de 70 do século XX, fundamentos análogos aos de uma nação como um sentimento de identidade colectiva, uma 'identidade europeia' para assegurar a legitimidade de uma entidade política, de carácter supra-estatal, sem precedente histórico. Mas será este um projecto viável? Esta questão assume uma relevância extraordinária, na medida em que, como argumentamos, o aprofundamento da integração europeia e o triunfo do 'ideal europeu'dependerão, em grande medida, da capacidade para gerar sentimentos de identificaçãocolectiva com a União Europeia entre os cidadãos dos diversos Estados que a compõem, osquais há muito se identificam em termos nacionais.

In the era of nationalism, which corresponds to the last two centuries, the nation acquired acentral importance, not only as an identity reference for the masses, but also as a foundationof political legitimacy. In this period, we witnessed the emergence of the political ideal of thenation-state which establishes that a political entity must be matched by a nation. In fact,everywhere, states try to legitimize their existence by imagining and representing themselvesas nations and projecting that image to their populations, while groups that see themselves asstateless nations claim the right to govern themselves. The European integration processclashes with this historical dynamic, because it lacks a nation to sustain it while involving thetransfer of powers from Member States to a new political entity. Aware of the importance ofthe 'modern paradigm' (the nation-state ideal), European elites have sought to find, especiallysince the 70s of the twentieth century, analogous foundations to that of a nation - as a feelingof collective identity, a 'European identity' - to ensure the legitimacy of a political entitywithout historical precedent. But is this a feasible project? This issue is extraordinarilyimportant in that, as we argue, the deepening of the European integration and the triumph ofthe 'European ideal' will depend to a large extent on the ability to generate feelings ofcollective identification with the EU among the citizens of its different constituent states,which have long been identified in national terms.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Malamud, Andrés; Sobral, José Manuel
Contribuidor(es) Repositório da Universidade de Lisboa
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