Detalhes do Documento

Política e modernidade: crítica da tradição do pensamento político em A promessa da política de Hannah

Autor(es): Roque, Ana Sofia Pedro,1983-

Data: 2012

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/6126

Origem: Repositório da Universidade de Lisboa

Assunto(s): Arendt, Hannah, 1906-1975 - Crítica e interpretação; Filosofia política; Teses de mestrado - 2012


Descrição

Tese de mestrado, Filosofia, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2012

Hannah Arendt sempre negou a sua condição de filósofa, assumindo que o que escrevia pertencia ao domínio da teoria política e colocando-se, ela mesma, sob a égide da tensão necessária que existe entre pensar e agir, entre a filosofia e a política. Na obra póstuma A Promessa da Política, publicada em 2005, encontramos um conjunto de textos que constituem um importante contributo para a investigação da questão sobre esta tensão entre filosofia e política e a da crítica da tradição do pensamento político, temas que marcam indiscutivelmente a obra de Hannah Arendt. A necessidade de compreensão, à qual Arendt se refere reiteradamente, ganha um corpo de resposta precioso no capítulo «Introdução na Política», onde se encontram não só as premissas fundamentais da sua concepção da política, como a tentativa de resposta à chamada da compreensão do presente caracterizado essencialmente como o tempo no qual a política, aparentemente, deixou de ter sentido e onde emerge o deserto. A leitura crítica dos diferentes capítulos que compõem a obra enunciada convoca um diálogo particular com outros textos de Hannah Arendt, no sentido do aprofundamento da investigação sobre a sua crítica da tradição do pensamento político. Este é o tema que torna compreensível uma concepção da política que tem algo a dizer sobre as condições do mundo contemporâneo, mergulhando no passado em busca de cristalizações do belo, que mais não são do que a forma da experiência autêntica da política, e que se constitui na estreita oposição a essa mesma tradição, cujo culminar é a Modernidade e a filosofia de Marx. O modelo agonístico da praxis aristotélica, a associação particular entre republicanismo e democracia radical, e uma reformulação da definição do juízo político de inspiração socrática e kantiana compõem os três vértices sobre os quais pode ser equacionada a possibilidade actual da política, isto é, da liberdade.

ABSTRACT: Hannah Arendt has always denied her status as a philosopher, assuming that what she wrote belonged to the realm of political theory and placing herself under the aegis of the necessary tension that exists between thinking and acting, between philosophy and politics. In her posthumous book The Promise of Politics, published in 2005, we find a set of articles that constitute an important contribution to the research on the question of this tension between philosophy and politics and the critique of the tradition of political thought, two aspects that are unarguably an important mark in Hannah Arendt‟s work. The need of understanding, something to which Arendt refers repeatedly, acquires a precious body of response in the chapter «Introduction into Politics». Here, one could find not only the fundamental premises of her conception of politics, but also an attempt to answer the call for present time understanding, a time that is essentially characterized as the one in which politics apparently ceased to have meaning and where the desert emerges. The critical reading of the different chapters included in the above mentioned book invites a particular dialogue to be held with other writings of Hannah Arendt, as a way to go further on the inquiry about her criticism of the tradition of political thought. This is the subject that makes understandable the conception of politics which has something to say about the conditions of the contemporary world, diving in the past to search for crystallizations of beauty, that are nothing more than the authentic experience of politics; a conception arising in close opposition to a tradition that culminated with the philosophy of Marx and Modernity. The model of an agonistic appropriation of the Aristotelian conception of praxis, the specific association between republicanism and radical democracy, and the reformulation of political judgment, inspired by Socrates and Kant, form the three vertices on which can be equated the current possibility of politics, that is, of freedom.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Nabais, Nuno,1957-
Contribuidor(es) Repositório da Universidade de Lisboa
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Documentos Relacionados

Não existem documentos relacionados.