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O turismo no eixo costeiro Estoril-Cascais (1929-1939):equipamentos, eventos e promoção do destino

Autor(es): Anjos, Maria Cristina de Carvalho dos, 1974-

Data: 2013

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/8638

Origem: Repositório da Universidade de Lisboa

Assunto(s): Turismo - Cascais (Portugal) - 1929-1939; Cascais (Portugal) - Condições económicas - 1929-1939; Cascais (Portugal) - Política económica - 1929-1939; Teses de doutoramento - 2013


Descrição

Tese de doutoramento, História (História Regional e Local), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2013

Quando em finais de 1928 a Sociedade de Propaganda da Costa do Sol surgiu alterava-se o rótulo de «Riviera Portuguesa» de Estoril, Monte e Cascais, e o climatismo como motivação de viagem para estrangeiros. Firmavam-se a «Era do Bronzeado» e a diversificação de atracções nos resorts, e homens como Fausto Figueiredo, Guilherme Cardim, Joaquim Ereira, Ávila Madruga e Marques Mata laborariam pela melhoria das condições de acolhimento de visitantes e da qualidade de vida de residentes. A ditadura militar inaugurou equipamentos e o campo de Golfe, resgatou a prática náutica e legalizou o feitiço das roletas do Casino Estoril (o único autorizado na Grande Lisboa). Atento às receitas da actividade turística, depressa o Estado Novo dominou a gestão privada da Sociedade Estoril-Plage e utilizou o seu know how para desenvolver o Turismo nos Açores. O surgimento do Secretariado de Propaganda Nacional, a proximidade de gestores turísticos à ditadura civil e a adesão local a ideais de direita conduziu à divulgação da «Política do Espírito» (nacionalista e conservadora) nos programas de lazer ofertados, do palco do Casino às águas da Baía de Cascais. Em meados da década de 1930 a presença britânica nos meses de Inverno foi balançada com o mercado espanhol na época de Verão. Esse fluxo iniciou-se com a chegada de refugiados políticos a partir de 1931, os quais eram visitados por familiares e amigos durante a estação quente. Foi o caso do General Sanjurjo que planearia o golpe de Estado que, em Julho de 1936, se converteria na Guerra Civil de Espanha. Rumores e jogos políticos afectariam então gravemente a chegada de turistas ao destino, cuja imagem internacional seria reformulada, reforçando-se ainda a aposta no turismo interno e concretizando-se a revolução urbana planeada pelo ministro Duarte Pacheco (o PUCS). Seria graças aos equipamentos, infra-estruturas, lazeres e imagem legados pelos Anos 30 que o eixo Estoril-Cascais vingaria como recreio das elites europeias durante e após a Segunda Guerra Mundial.

When in late 1928 the Sociedade de Propaganda da Costa do Sol appeared it changed the «Portuguese Riviera» label dubbed to the towns of Estoril, Monte and Cascais, along with the idea that the climate was the travel motivation for foreigners. The «Sun Tan Era» and the diversification of attractions at the resorts were then settled, and men like Fausto Figueiredo, Guilherme Cardim, Joaquim Ereira, Ávila Madruga and Marques Mata would work on the improvement of hosting conditions for visitors and of the life quality of the residents. The military dictatorship inaugurated equipments and the Golf course, recovered nautical practices, and legalised the spell of the roulettes at the Estoril Casino (the only permitted across Greater Lisbon). Aware of the revenue of the tourist activity the New State soon took over the private management of the Sociedade Estoril-Plage and used its know how to develop Tourism in the Azores. The creation of the Secretariado de Propaganda Nacional, the proximity of tourist managers to the civilian dictatorship and the local acceptance of the right-wing ideals led to the promotion of the (nationalist and conservative) «Política do Espírito» on the events offered from the Casino’s stage to the waters of the Cascais Bay. In the mid-1930s the British presence in wintertime was balanced with the Spanish market in the summertime. That flow began after the arrival of political refugees since 1931 that were visited by relatives and friends during the hot season. It was the case of General Sanjurjo who planned the coup d’état that in July 1936 started the Spanish Civil War. Rumours and innuendo would then seriously affect the arrival of tourists at the destination, whose international image was reformulated, along with the increase of domestic tourism, and the accomplishment of the urban revolution planned by the minister Duarte Pacheco (the PUCS). It was thanks to the equipments, infrastructures, leisure and image inherited from the 1930s that the Estoril-Cascais axis would succeed as playground of the European elites during and after the 2nd World War.

Tipo de Documento Tese de doutoramento
Idioma Português
Orientador(es) Barbosa, Pedro Gomes, 1951-; Matos, Sérgio Campos, 1957-
Contribuidor(es) Repositório da Universidade de Lisboa
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