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Investigation of Listeria monocytogenes and Streptococcus pneumoniae mutants in in vivo models of infection

Autor(es): Porfírio, Ana Raquel Chaves Mendes de Alves

Data: 2016

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.1/8263

Origem: Sapientia - Universidade do Algarve

Assunto(s): Listeria monocytogenes; Modelo animal; Streptococcus pneumoniae; Pneumolisina; Fatores de virulência; Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias


Descrição

Dissertação de Mestrado, Engenharia Biológica, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, 2016

Listeria monocytogenes é o agente etiológico da listeriose, uma doença que afeta predominantemente indivíduos imunocomprometidos, fetos, recém-nascidos e idosos. Pode igualmente afetar animais como ovelhas e cabras. A infeção está associada ao consumo de alimentos contaminados, alimentos pré-cozinhados, vegetais, carnes e produtos lácteos. A contaminação destes produtos pode ocorrer no ambiente de processamento. Esta bactéria consegue crescer a temperaturas muito baixas como 4ºC (psicrotrófica) e é capaz de tolerar temperaturas mais elevadas como 45ºC. Em relação ao valor de pH pode crescer entre os valores de 4.5 a 9.6. O largo espectro de temperaturas e valores de pH dificultam o controlo bacteriano nas indústrias visto que, é dentro destes valores que muitas das operações são efetuadas. A listeriose pode ocorrer em dois níveis distintos de doença, ao nível não invasivo que pode afetas adultos saudáveis onde os sintomas incluem vómitos e diarreia, enquanto o nível invasivo da doença, a sua forma mais agressiva pode manifestar-se sob a forma de meningite, septicemia e provocar o aborto em mulheres grávidas. L. monocytogenes é uma bactéria intracelular que possui vários fatores de virulência, entre eles duas internalinas – InlA e InlB -, que são utilizadas pela bactéria para que esta consiga atravessar a barreira intestinal, a barreira hematoencefálica e a barreira placentária. Com a ajuda destas internalinas a bactéria consegue entrar dentro da célula hospedeira onde posteriormente irá causar a morta da mesma. Para conhecer melhor os fatores que afetam este mecanismo e para entender melhor o papel e importância de certos genes associados à resistência desta bactéria a inúmeros fatores como, por exemplo, a sua resistência a metais, um modelo animal para estudos in vivo é necessário. Para a construção de um modelo animal eficaz foram, efetuadas mutações no fator de virulência InlA para que a bactéria se conseguisse ligar ao recetor das células epiteliais do ratinho, uma vez que existe uma forte especificidade em relação à espécies hospedeira, o que faz com que o tipo selvagem apenas se consiga ligar ao recetor das células epiteliais humana. Dado que a via natural de infeção ocorre através da ingestão de alimentos contaminados, a técnica de infeção preferencial para modelos in vivo que melhor se assemelha à infeção natural é a oral gavage. O presente estudo teve como objetivo a elaboração de um modelo de base de infeção de ratinhos por oral gavage, onde se desejava alcançar 100% de mortalidade com a menor dose bacteriana possível. Os resultados mostraram que uma suspensão bacteriana com 5x109CFU/500μl é suficiente para provocar 100% de mortalidade num período médio de 60 horas. No presente estudo foi ainda possível a construção de mutantes da bactéria Streptococcus pneumoniae. A bactéria S. pneumoniae causa doenças invasivas, como a pneumonia, meningite e septicemia, e doenças não invasivas, como é o caso de otite média. Apesar de causar estes tipos de doenças, esta bactéria é um agente bacteriano comensal da nasofaringe não causando qualquer doença. Contudo de acordo com o estudo efetuado pela World Health Organization (WHO) em 2000, cerca de 826 000 crianças com menos de 5 anos de idade morreram de doença pneumocócica, sendo que 61% destas mortes ocorreram predominantemente em países Africanos e Asiáticos. As infeções pneumocócicas são transmitidas de pessoa para pessoa através de aerossóis. A primeira fase da infeção é a colonização da nasofaringe onde não há nenhum sintoma associado, podendo depois ocorrer dois cenários: a bactéria permanece sem causar qualquer doença ou alastra-se para outros órgãos, como os ouvidos ou os pulmões. Se a bactéria atingir os pulmões poderá causar pneumonia e, caso consiga atravessar a barreira mucosa, poderá ultrapassar a barreira hematoencefálica provocando a meningite. S. pneumoniae tem inúmeros fatores de virulência, entre os quais enzimas, proteínas de superfície, a cápsula polissacárida e a toxina pneumolisina (Ply). Um dos fatores mais importantes para a virulência da bactéria é a toxina pneumolisina que, apesar de ser dos fatores mais estudados o seu papel ainda não está totalmente classificado. O segundo objetivo deste estudo foi a criação de mutações em duas bactérias fluorescentes, S. pneumoniae D39 GFP+ e S. pneumoniae D39 RFP+ (do inglês “Green flourescent protein” e “Red flourescent protein”), onde o gene da pneumolisina (ply) foi substituído pelo gene de resistência à espectinomicina. A inserção destas mutações não afetou a fluorescência da bactéria, e como tal, o trabalho futuro será a visualização in vivo do comportamento de S. pneumoniae na presença e na ausência da toxina pneumolisina o que irá permitir compreender melhor a influência quer da toxina pneumolisina quer dos outros fatores de virulência no potencial de virulência de S. pneumoniae D39.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Inglês
Orientador(es) Andrew, Peter W.; Faleiro, Leonor
Contribuidor(es) Sapientia
Licença CC
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