Autor(es):
Neto, José Carneiro Oliveira
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.6/3271
Origem: uBibliorum
Assunto(s): Desporto - Transição de carreira; Futebol - Desportistas - Transição de carreira; Futebol - Aspectos sociais; Prisão - Reclusos - Actividade desportiva; Futebol - Transição de carreira - Jogadores; Futebol - Responsabilidade social
Descrição
O conceito de transição tem, durante a última década, vindo a tornar-se um tópico de estudo bem delineado, dentro da comunidade desportiva. Contudo, poucos estudos existem relativamente à transição de carreira em Portugal. Estudos levados a cabo em vários países revelam diferentes sensações e efeitos. A maioria dos ex-jogadores declara esforços inadequados que resultam em sentimentos negativos de bem-estar subjectivo após a sua retirada. Outros sublinham o impacto da família e amigos como um elemento essencial de suporte para a sua felicidade. Neste estudo, tentamos contribuir neste campo, estudando dois casos distintos: o que aconteceu aos principais jogadores de futebol que venceram a Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1987 e um grupo de ex-prisioneiros submetidos a um plano de suporte durante o tempo que estiveram enclausurados. Utilizando a tradição interpretativa da fenomenologia, o Modelo Conceptual de Adaptação à Transição de Carreira e um método de triangulação como estrutura teórica principal, foram conduzidas entrevistas a 3 grupos distintos: 20 jogadores de futebol da equipa do F.C. Porto da época 1986/87, 20 ex-prisioneiros submetidos a actividade desportiva como um instrumento de socialização e a 20 pessoas “normais” como grupo de controlo. Os resultados revelaram a ideia que a prática de uma actividade recreativa desportiva ao longo da vida cria uma sensação pacífica de bem-estar com a vida. Actividades desportivas, mais extremas, tanto num nível de alta competição ou na cadeia, têm impactos mais negativos no bem-estar após o período de transição. A maior implicação na política desportiva que se pode realizar, seria incrementar a necessidade de uma responsabilidade social corporativa de clubes, associações e outras direcções nacionais desportivas.