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Papel dos anti-psicóticos típicos vs atípicos na sintomatologia negativa da esquizofrenia

Autor(es): Cardoso, Maria da Graça Pereira

Data: 2011

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.6/913

Origem: uBibliorum

Assunto(s): Esquizofrenia; Esquizofrenia - Sintomas negativos; Esquizofrenia - Anti-psicóticos - Tratamento


Descrição

Introdução: A Esquizofrenia é uma doença mental grave, que, normalmente atinge as pessoas na adolescência ou no início da idade adulta, deixando a maioria delas, incapaz de retomar a sua vida normal. Esta é caracterizada, fundamentalmente, pela presença de sintomas positivos e sintomas negativos. O psicoticismo é caracterizado por sintomas que normalmente não estão presentes como alucinações e delírios. Por outro lado, os sintomas negativos correspondem a ausência de comportamentos normalmente presentes, como embotamento do afecto, apatia, diminuição da capacidade de concentração, pobreza do discurso e do pensamento, incoerência e exclusão social. Os sintomas negativos contribuem significativamente para a morbilidade a longo prazo bem como para o funcionamento deficitário que estes doentes apresentam. O tratamento padrão para esta doença é a administração de anti-psicóticos de 1ª ou 2ª geração, divergindo estes no facto dos últimos apresentarem fraco potencial de induzirem SEP bem como de serem superiores no tratamento dos sintomas negativos. No entanto, a eficácia destes últimos sobre os sintomas negativos bem como a sua superioridade relativamente aos de 1ª geração é ainda muito controversa. Objectivos: Com este trabalho pretende-se determinar e comparar a prevalência de sintomas negativos e quais os mais prevalentes em doentes com Esquizofrenia tratados com anti-psicóticos de 1ª e 2ª geração, em toma regular, há pelo menos 6 meses. Métodos: Tratou-se de um estudo de coorte retrospectivo, com uma amostra de conveniência de 50 doentes com o diagnóstico de Esquizofrenia, seguidos nas consultas do DPSM-CHCB. Aplicou-se a dimensão negativa da escala PANSS, bem como um questionário para a obtenção de dados relativos a variáveis sócio-demográficas e clínicas. Resultados: A amostra é composta maioritariamente por indivíduos do sexo masculino, solteiros, reformados ou desempregados, com baixo nível de escolaridade. A maioria apresenta o subtipo de Esquizofrenia Paranóide e registo de múltiplos internamentos. Todos eles encontravam-se, à data da entrevista, em tratamento com anti-psicóticos, regularmente, há mais de 6 meses. Verificou-se, em média, um score da PANSS mais alto para os indivíduos em tratamento regular apenas com anti-psicóticos convencionais ou mistos, relativamente aos indivíduos em tratamento apenas com anti-psicóticos de 2ª geração. Verificou-se ainda que os anti-psicóticos atípicos obtiveram melhor score em todos os domínios da PANSS. Conclusão: Há diferenças em relação aos dois grupos de anti-psicóticos, tanto no geral como ao nível de todos os itens do domínio negativo da PANSS, apesar de todas as limitações. Conclui-se ainda que a tratamento dos sintomas negativos depende não só do tratamento farmacológico como também de todo o apoio tanto a nível familiar como psicossocial, entre outros.

Background: Schizophrenia is a serious mental disease, that usually affects people in adolescence and early adulthood, leaving most of them unable to resume their normal lives. This condition is mainly characterized by the presence of positive and negative symptoms. Psychoticism is depicted by symptoms that typically are not present such as hallucinations and delusions. On the other hand, negative symptoms feature the absence of behaviors that are normally present such as blunting of affect, apathy, impaired concentration, poor speech and thought, incoherence and social exclusion. Negative symptoms contribute significantly to long-term morbidity as well as for diminished functioning in those patients. The standard treatment for this disease consists in the administration of 1 st and 2nd generation antipsychotics, diverging them in the fact that the last ones present low potential for inducing EPS are more effective in the treatment of negative symptoms. However, the effectiveness of these on the negative symptoms as well as their superiority over the ones from the 1st generation is still very controversial. Aims of the research: This work aims to determine and compare the prevalence of negative symptoms and which are more prevalent in patients with schizophrenia treated with 1st and 2nd generation antipsychotics, regularly taken for at least 6 months. Methods: This was a retrospective cohort study with a convenience sample of 50 patients diagnosed with schizophrenia, followed by consultations in the DPCHCB. We applied the negative dimension of the scale PANSS, as well as a questionnaire to collect data about sociodemographic and clinical variables. Results: The sample is mainly composed by single males, retired or unemployed, with low educational level. Most has the Paranoid Schizophrenia subtype and historic of multiple hospitalizations. All of them were, at the time of the interview, on regular anti-psychotic treatment for over 6 months. There was, on average, a higher PANSS score for individuals regularly treated only with conventional anti-psychotic or mixed, comparing with individuals treated only with 2nd generation antipsychotics. It was also found that the atypical antipsychotics had better scores in all domains of PANSS. Conclusion: There are differences observed in the different groups of antipsychotics, both in general and at the level of all items of the PANSS negative field, despite all the limitations. In addition it is concluded that the treatment of negative symptoms depends not only on the pharmacological treatment but also on the psychosocial and familiar support provided, among others.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Leitão, Carlos Manuel de Moura Martins
Contribuidor(es) uBibliorum
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