Detalhes do Documento

Transfigurações do espaço arquitectónico através da pintura na arquitectura portuguesa entre os anos sessenta e noventa do século XX

Autor(es): Quintas, Maria Alexandra Salgado Ai

Data: 2009

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.5/1597

Origem: Repositório da UTL

Assunto(s): Arquitectura; Espaço arquitectónico; Transfiguração; Obra de arte total; Pintura mural; Azulejo; Architecture; Architectural space; Transfiguration; Gesmtkustwerk; Mural painting; Azulejo tiles


Descrição

Doutoramento em Arquitectura, especialidade em Arquitectura

A pintura tem exercido uma função decorativa integrada na arquitectura ao longo da História, possibilitando a alteração da percepção do próprio espaço arquitectónico, através de uma multiplicidade de aspectos a considerar. Os materiais utilizados na arquitectura, com as suas características de comportamento à luz, como a cor, a reflectância ou os gradientes texturais, contribuem para conferir aspectos ao espaço arquitectónico, condicionantes da percepção do mesmo. A tradição das artes aplicadas à arquitectura vem contribuir para que, no século XIX, numerosos teóricos discorram sobre as origens da arquitectura, sobre o espaço arquitectónico, a decoração ou o ornamento e a ideia de Obra de Arte Total (ou de Gesamtkunstwerk) Esta última sobrevive em prolongamentos nas vanguardas históricas do século XX, no movimento moderno, em certas correntes artísticas até ao Expressionismo Abstracto e nas obras de certos artistas no âmbito internacional ou nacional que se dedicaram a formas artísticas bidimensionais como a pintura mural, o mosaico, o vitral ou painéis de azulejo. Na arquitectura portuguesa da segunda metade do século XX foi dado especial destaque à obra de pintura mural, vitral e azulejo, expressão artística que, com as obras de Keil do Amaral e da geração de arquitectos emergente na década de 50, sofreu um renascimento. Nas artes plásticas e em colaborações com a arquitectura, foi dada ênfase à obra de Maria Keil bem como aos contributos de artistas dados ao nível da cerâmica, às obra das estações de metropolitano. Nos anos 90, a cerâmica parietal torna-se erudita com a acção da Galeria Ratton. Nas décadas de 60 e 70 otras questões forma abordadas, podendo salientar-se as obras de arquitectos quer da Escola do Porto quer de Lisboa, como o atelier de Conceição Silva, o atelier de Teotónio Pereira ou as obras de arquitectos como Pancho Guedes e Tomás Taveira, com numerosos exemplos de integração das artes com a arquitectura. Foi dada especial atenção à obra de quatro artistas plásticos, com as suas sintervenções específicas na arquitectura como Querubim Lapa, Eduardo Nery, Artur Rosa e Sá Nogueira. Excluindo os contributos muito específicos para o Parque Expo em 1998, algumas obras públicas ou de alguma envergadura como o Edifício-Sede da CGD, de Arsénio Cordeiro, dá-se um declínio das colaborações de artistas plásticos com a arquitectura. Nos finais do século, a arte começa a autonomizar-se da arquitectura e a reivindicar para si própria o espaço como tema, em particular, com o desenvolvimento das instalações sitespecific. No início do século XX, ao nível internacional, arquitectos como Herzog e De Meuron, Rem Koolhaas, ou Jean Nouvel reapropriaram-se de novas formas de introdução da decoração na arquitectura, numa direcção que parece contrariar o ascetismo do minimalismo arquitectónico.

Tipo de Documento Tese de doutoramento
Idioma Português
Orientador(es) Pinto, Jorge Filipe Ganhão da Cruz
Contribuidor(es) Repositório da Universidade de Lisboa
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Documentos Relacionados