Author(s):
Cunha, Vanessa
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/7263
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Project/scholarship:
info:eu-repo/grantAgreement/FCT/3599-PPCDT/PTDC%2FCS-SOC%2F121148%2F2010/PT;
Subject(s): Fecundidade; Sociologia da família
Description
Foram vários os países europeus que chegaram ao século XXI com baixos níveis de fecundidade e alguns viram o indicador diminuir ainda mais na última década, como foi o caso de Portugal. O adiamento da maternidade e a diminuição das descendências têm explicado em grande medida este declínio, mas a verdade é que alguns países registam uma incidência crescente de infecundidade (childlessness): mulheres que, voluntária ou involuntariamente, não têm filhos. Em Portugal este fenómeno tem sido pouco expressivo, se bem que importa perguntar se não estará o cenário em mudança. Já se sabe que períodos de recessão económica e de pessimismo face ao futuro, como é este que enfrentamos atualmente, têm um impacto negativo na fecundidade, tendendo a promover comportamentos reprodutivos defensivos. É de esperar, portanto, que as coortes jovens em idade reprodutiva adiem a parentalidade aumentando o risco de infecundidade involuntária. Mas também é expectável que, como vem acontecendo noutros países, não ter filhos constitua crescentemente uma opção, uma oportunidade de investimento em outras esferas da vida. A partir de resultados de uma investigação extensiva, desvendamos as trajetórias não reprodutivas de mulheres e homens portugueses de três gerações. A análise da incidência (efetiva para as duas gerações mais velhas, estimada para a mais nova) e das circunstâncias que determinam a infecundidade confirmam a relevância de apreender o fenómeno de uma perspetiva geracional e de género.