Autor(es):
Mostardinha, António ; Quitério, Carlos ; Sousa, Diana ; Martins, Isabel ; Portela, Joana ; Ferreira, Noélia
Data: 2023
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.26/43616
Origem: Centro Hospitalar de Setúbal
Assunto(s): Úlceras por Pressão; Fatores de risco; Estudo de Incidência; Planos de Cuidados; Melhoria; Cuidados de Saúde
Descrição
As Úlceras Por Pressão (UPP) representam um problema de saúde, devido à sua incidência e pela morbilidade, mortalidade e risco de infeção associados. Num plano de prevenção de UPP, é fundamental conhecer as características individuais, de forma a minimizar os fatores de risco. Objetivou-se descrever as características da pessoa que desenvolveu UPP num centro hospitalar da região de Lisboa e Vale do Tejo, em 2018, procurando identificar possibilidades de melhoria da qualidade dos cuidados de saúde no âmbito da prevenção e gestão de UPP. Estudo descritivo e retrospetivo, que analisou indivíduos adultos, relativamente a: variáveis sociodemográficas; variáveis relativas a saúde e internamento e variáveis relacionadas com as UPP. A população foi identificada com base nos dados de incidência de UPP. Critérios de inclusão: mais de 18 anos de idade e que desenvolveram UPP no internamento. Critérios de exclusão: já apresentar UPP no momento da admissão e internamentos nos serviços: de psiquiatria, urgência, obstetrícia e ginecologia. A amostra foi constituída por 177 indivíduos. Verifica-se que a pessoa idosa é mais vulnerável (63% com mais de 80 anos). Morbilidades que alteram a perfusão e oxigenação (sistema circulatório 26,9% e respiratório 20%) são as mais representativas; relativamente às comorbilidades, prevalecem também as doenças do sistema circulatório, seguidas das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (55,9%). Os serviços do departamento médico apresentaram maior incidência de UPP (46,9%) e pode-se observar que nos primeiros 15 dias de internamento, a incidência atingiu os 80,2%. Constata-se o predomínio (90,8%) de indivíduos classificados com alto risco para UPP, assim como de indivíduos com dependência: 25,2% com dependência severa e 62,3% com dependência total. Não foi possível avaliar o impacto do risco nutricional. Este estudo contribuiu para suportar a tomada de decisão dos profissionais de saúde, pois fornece dados sobre a caracterização das pessoas que desenvolveram UPP. O desenvolvimento de programas de prevenção de UPP é fundamental, devendo incluir programas educacionais e normas de orientação.