A relação entre a ansiedade e as funções cognitivas em sujeitos toxicodependentes

• Autor(es): Santos, Ana Carolina
• Data: 2024
• Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.26/50011
• Origem: Instituto Piaget
• Assunto(s): Toxicodependência; Ansiedade; Funções cognitivas
• Tipo de Documento: Dissertação de mestrado
• Idioma: Português
• Contribuidor(es): Repositório Comum; Silva, André

Descrição

O consumo de substâncias psicoativas pode levar ao desenvolvimento de alguns tipos de psicopatologia, nomeadamente a ansiedade e, por isso, alterações nas funções cognitivas. Com efeito um dos órgãos mais afetados pelo consumo de substâncias psicoativas é o cérebro, particularmente nos neurotransmissores e recetores com consequências no funcionamento cognitivo e no comportamento quotidiano do indivíduo. O objetivo geral deste estudo foi verificar a relação entre ansiedade e funções cognitivas em sujeitos toxicodependentes. Em termos de objetivos específicos, pretendemos verificar a relação entre a idade e a ansiedade e as funções cognitivas, comparar tanto os níveis de gravidade de ansiedade como o estado de funcionamento cognitivo em função da frequência de consumo. Este estudo inclui 20 toxicodependentes, de ambos os géneros, internados numa Unidade de Desabituação da região centro, com idades compreendidas entre os 27 e os 61 anos (MD= 46.35, DP=10). Como instrumentos de medida, foram utilizados, um questionário sociodemográfico, que permitiu a recolha de informações acerca dos sujeitos toxicodependentes, o Beck Anxiety Inventory (BAI) para avaliar os sintomas e grau de ansiedade e para avaliar as funções cognitivas o Mini-Mental State Examination (MMSE), respetivamente. Os resultados demonstraram uma relação inversamente proporcional entre ansiedade e linguagem e diretamente proporcional entre ansiedade e habilidade construtiva, concluindo que os sujeitos mais ansiosos têm piores resultados na linguagem, contudo mais facilidade nas habilidades construtivas. Os resultados revelaram, ainda que, neste grupo, a ansiedade e as funções cognitivas não dependem da idade, nem da frequência do consumo de substâncias e álcool. Por fim conclui-se que a relação entre a ansiedade e o funcionamento cognitivo é marcadamente negativo para este grupo de toxicodependentes no que se refere à linguagem, já que se encontra significativamente diminuída nos sujeitos mais ansiosos.