Autor(es):
Santos, Filippe ; Couto, Flavio ; Salgueiro, Vanda ; Potes, Miguel ; Costa, Maria João ; Salgado, Rui
Data: 2022
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10174/32940
Origem: Repositório Científico da Universidade de Évora
Assunto(s): incêndios florestais; risco de incêndio; meteorologia; Portugal
Descrição
As épocas de incêndio têm ocorrido cada vez com mais frequência, intensificadas pelas mudanças climáticas ao redor do mundo, como é exemplo no Brasil, Estados Unidos, Canadá, Rússia e Portugal. Nos últimos anos, Portugal vivenciou numerosas e severas épocas de incêndio, com incêndios florestais de grandes dimensões que geraram impactos catastróficos, inclusive com fatalidades. Este trabalho tem como objetivo investigar e avaliar a evolução do risco de incêndio meteorológico em Portugal nos últimos 40 anos. Primeiramente, foi utilizado o Fire Weather Index (FWI) entre 1980 e 2020, com resolução espacial de 0.25º, produzido pela reanálise ERA 5, disponibilizado pelo Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF), baseado em variáveis meteorológicas, como temperatura, precipitação, humidade e velocidade do vento. Foram utilizadas médias mensais e tendências dos valores de FWI para analisar quatro regiões no sul de Portugal (Beja, Évora, Faro e Portalegre). Com base nos resultados obtidos, todas as regiões apresentaram tendências positivas no índice de risco de incêndio. Além disso, foi identificado que a região de Faro apresentou os valores mais extremos de risco de incêndio meteorológico. Em geral, o FWI mostrou ser um bom indicativo para a ocorrência de grandes incêndios. Por exemplo, foi verificado um valor extremo do índice no dia anterior ao início do incêndio de Monchique, o qual ocorreu entre os dias 3 e 10 de Agosto de 2018 e esteve associado a uma área ardida de aproximadamente 27000 ha.