Author(s):
Teixeira, Pedro ; Blanco, A. ; Caldeira, Bento ; Tomé, B. ; Matos, J. ; Borges, José Fernando ; Cazón, L. ; Lopes, L. ; Afonso, L. ; Pinto, M. ; Pimenta, M. ; Bezzeghoud, Mourad ; Dobrilla, P. ; Assis, P. ; Pereira, R. ; Oliveira, Rui Jorge ; Adringa, S.
Date: 2023
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10174/35002
Origin: Repositório Científico da Universidade de Évora
Subject(s): muões cósmicos; muografia subterrânea
Description
A viabilidade da muografia como técnica de sondagem tem sido demonstrada em diversos trabalhos ao redor do mundo, desde os seus primeiros passos. A muografia com muógrafos em ambiente subterrâneo tem um lado fácil devido à ausência da radiação de fundo, mas, por outro lado, o fluxo de muões é muito menor em comparação com o que é medido na superfície. É uma questão de condições geológicas e subterrâneas, detetores de muões adequados e o tempo de exposição necessário para realizar a observação. Para inovar o panorama dos métodos geofísicos em Portugal, foi estabelecida uma colaboração entre o Instituto de Ciências da Terra (ICT) – Universidade de Évora, o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e o Centro Ciência Viva do Lousal. Esta colaboração reúne-se sob o Projeto LouMu, cujo propósito passa pelo desenvolvimento de telescópios de muões, a sua instalação no local da observação e consequente estudo do potencial da muografia, usando a Mina do Lousal como local de teste desta primeira aplicação. A Mina do Lousal (Faixa Piritosa Ibérica) foi explorada até 1988 e é hoje um excelente exemplo europeu de reabilitação ambiental e melhoria social com base em atividades museológicas, científicas e educativas. A galeria da mina Waldemar é a anfitriã das observações dos muões, cerca de 18 m abaixo da superfície. Os muógrafos, desenvolvidos pelo LIP, usam detetores RPC robustos para fazer a observação em tempo real. A aplicação tem o objetivo de fazer um reconhecimento geológico do terreno entre o nível da galeria e a superfície, contribuindo com novos dados para a informação geológica já existente, ao mesmo tempo em que se coloca à prova o desempenho dos detetores de muões e as ferramentas de análise muográfica. Outros métodos geofísicos, particularmente refração sísmica e radar de penetração no solo (GPR) estão sendo utilizados na superfície do terreno, cujos resultados somados a outras informações geológicas e geofísicas existentes serão utilizados para construir um modelo de referência 3D. O objetivo final é usar a muografia como técnica central, para através da observação do fluxo de muões reproduzir o modelo 3D de referência, como base para outras implementações de muografia.