Autor(es):
Branco, Pedro ; Pimentel Morais, Catarina ; Guincho, Joana ; Colaço, Tiago ; Castelhano, Luís ; Correia, Filipe ; Santos, Ricardo ; Pereira, Sílvia ; Escada, Pedro
Data: 2024
Origem: Revista Portuguesa de Otorrinolaringologia-Cirurgia de Cabeça e Pescoço
Assunto(s): Subtotal Petrosectomy; Cochlear Implantation; Petrosectomia Subtotal; Implantação Coclear
Descrição
Introduction: Subtotal Petrosectomy (SPT) is an effective and definitive solution in cases of recurrent chronic otitis media. The expansion of its indications demonstrates its usefulness and safety in resolving various challenging otologic pathologies. Materials and Methods: A retrospective study of 25 patients (26 ears) who underwent SPT was conducted. Data regarding the indication, surgical procedures performed, complications, and clinical outcomes were collected. Results: Fourteen (n=14) patients with cholesteatomatous chronic otitis media (COM) were proposed for SPT due to recurrence. None of these patients (n=0) had useful hearing. Five (n=5) had facial palsy. The second most frequent indication (n=10) was COM associated with profound sensorineural hearing loss, and cochlear implantation was performed simultaneously in these cases. None (n=0) had facial palsy or disease recurrence. Other indications included tympanomastoid paraganglioma (n=1), anatomical factors in cochlear implant surgery (n=2), and intracochlear schwannoma (n=1). During the follow-up period (mean = 25 months), no signs or symptoms of recurrence were observed in these patients. Complications occurred in four cases, skin fistulization of SPT cavity (1), electrode array extrusion (1) and postoperative infection of the PST cavity (2). Conclusion: PST has proven to be a safe and effective surgical technique. PST with simultaneous cochlear implantation is a viable option for patients with COM. Surgical treatment with PST for COM should be considered when a poor audiological outcome is expected in a Canal Wall Down (CWD) mastoidectomy.
Introdução: A Petrosectomia Subtotal (PST) é uma solução eficaz e definitiva em várias patologias otológicas de difícil tratamento e pressupõe a exclusão do ouvido médio. Esta revela-se particularmente útil nestes casos, pois apresenta uma baixa taxa de complicações comparativamente a outras opções cirúrgicas. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 25 doentes (26 ouvidos) submetidos a PST. Foram recolhidos dados relativos à indicação, procedimentos cirúrgicos realizados, complicações e evolução clínica. Resultados: Catorze (n=14) doentes foram propostos para PST por recidiva de otite média crónica (OMC) colesteatomatosa. Nenhum destes doentes apresentava audição útil. Cinco (n=5) tinham parésia facial como complicação desta doença. A segunda indicação mais frequente (n=10) foi a surdez neurossensorial profunda com OMC não coleateatomatosa, a tímpano fechado. Em todos os casos foi realizada implantação coclear no mesmo tempo cirúrgico. Paraganglioma timpanomastoideu (n=1), fatores anatómicos na cirurgia de implantação coclear (n=2) e schwannoma intracoclear (n=1) constituíram as outras indicações. No follow up (x̅ = 25 meses) desses doentes, não foram observados sinais ou sintomas de recorrência. Foram registadas como complicações (n=4): fistulização da cavidade à pele (1), extrusão de elétrodo do Implante Coclear (1) e infeção pós-operatória da cavidade de PST (2). Conclusão: A PST demonstrou ser uma técnica cirúrgica segura e eficaz na doença otológica de difícil tratamento, mesmo quando associada com a implantação coclear no mesmo tempo cirúrgico. O tratamento cirúrgico com PST de uma OMC deve ser considerado quando se prevê um fraco resultado audiométrico numa mastoidectomia Canal Wall Down (CWD).