Autor(es): Jesus, Ângelo ; Oliveira, Rita Primo
Data: 2022
Origem: Acta Farmacêutica Portuguesa
Potential drug interactions (PDIs) take place when two drugs known to interact are prescribed concurrently, regardless of any adverse reaction occur. PDIs necessarily precede drug interactions (DI’s) and are much more prevalent, representing a growing risk to the health of the world population and one of the most important preventable causes of morbidity and mortality. Thus, the main objective of this study is the analysis and classification of PDIs identified in community pharmacy. For this, data referring to medical prescriptions of patients were collected for 4 months, through an online form, being collected 284 prescriptions during this time. Out of the prescriptions collected with more than one prescribed drug, 132 presented at least one PDI, corresponding to 47.5% of the total sample. The number of PDIs described in the sample is 288, more than half of which are defined as major and only 1.4% as minor. The most prevalent therapeutic classes of drugs involved in PDIs were antihypertensives, followed by antidepressants and oral antidiabetics and, in turn, the drug most often present in PDIs was shown to be acetylsalicylic acid. Thus, despite the benefits associated with the prescription of multiple drugs to treat or control diseases, and increase the quality of life of patients, it is emphasized that the prescription must be balanced with the risks it entails. So, the prevalence of PDIs was shown to be high, being present in about 50% of prescriptions, with major interactions being the most prevalent. It is expected that this work will provide future investigations, either from the point of view of analyzing PDIs and DIs and their impact on the therapeutic success of patients, or the design of possible strategies to minimize the prevalence of these interactions.
As interações medicamentosas potenciais (IMPs) ocorrem quando dois fármacos conhecidos por interagirem entre si são prescritos concomitantemente, independentemente de algum efeito nefasto na saúde do doente ocorrer. As IMPs antecedem as interações medicamentosas (IMs) e são bastante mais prevalentes do que as mesmas, sendo um risco crescente para a saúde da população mundial e uma importante causa prevenível de morbilidade e mortalidade. Assim, o objetivo principal do presente estudo passa pela análise e classificação de IMPs identificadas em farmácia comunitária. Para isto, foram recolhidos dados referentes a prescrições médicas de doentes através de um formulário online, que durou 4 meses, sendo que durante esse período, 284 prescrições foram recolhidas. Assim, das receitas médicas recolhidas com mais do que um medicamento prescrito, 132 apresentaram pelo menos uma IMP, correspondendo a 47,5% da totalidade da amostra. O número de IMPs descritas na amostra é 288 sendo que mais de metade das mesmas são definidas como major e apenas 1,4% como minor. As mais prevalentes classes terapêuticas dos medicamentos envolvidos em IMPs foram a dos anti-hipertensores, seguida dos antidepressivos e antidiabéticos orais e, por sua vez, o fármaco mais vezes presente em IMPs demonstrou-se como sendo o ácido acetilsalicílico. Deste modo, apesar dos benefícios associados à prescrição de múltiplos fármacos de modo a tratar ou controlar doenças e aumentar a qualidade de vida dos doentes, realça-se que a prescrição deve ser contrabalançada com os riscos que acarreta. Assim, a prevalência de IMPs demonstrou-se elevada, estando presente em cerca de 50% das prescrições, sendo as interações major as mais prevalentes. Espera-se que este trabalho propicie futuras investigações, quer do ponto de vista da análise das IMPs e IMs e do impacto das mesmas no sucesso terapêutico dos doentes, quer do delineamento de possíveis estratégias para minimizar a prevalência dessas interações.