Author(s):
Travancinha, Catarina ; Ferreira, Nelson ; Barroso, Raquel ; Esteves, Susana ; Labareda, Miguel ; Fonseca, João ; Antunes, Telma
Date: 2025
Origin: THORAC (Thoracic Cancer Journal)
Subject(s): NSCLC; Stereotactic Radiotherapy; SBRT; lung cancer; early stage; CPNPC; Radioterapia estereotáxica fraccionada; SBRT; Carcinoma do pulmão; estádio precoce
Description
Background: Stereotactic body radiation therapy (SBRT) is the primary alternative to surgery for patients with clinical stage I or II non -small cell lung cancer (NSCLC) who have significant comorbidity that precludes safe resection and for those who refuse surgery. Methods: Patients with clinical stage I or II NSCLC treated with SBRT in our institution between January 2015 and December 2019 were retrospectively analyzed. Patient characteristics, treatment -related outcomes and toxicities were analyzed. Control and survival rates were calculated using the Kaplan -Meier method. Acute and late toxicities were graded according to the CTCAE v4.0. Results: 110 patients were identified, 78 men and 32 women, with a median age of 75,5 years (50 -90 years), and a ECOG performance status of 0 or 1 in 73% of these patients. Of the biopsy proven cases (65%), 36% were adenocarcinomas and 21% were squamous cell carcinomas. 65% patients were staged as IA (T1N0), 33% as IB (T2aN0) and 2% as IIB (T3N0), all of which were clinically staged with PET -CT. The majority of the tumors (70%) were peripherally located, with a median size of 24.3mm. 48Gy in 4 fractions was the most prescribed scheme (70%), followed by 50Gy in 5 fractions (17.3%). 110 patients were eligible for assessment of recurrence. With a median follow -up of 53 months (IC95% 42 to 57 months), 32 patients (29.1%) had disease recurrence, of which 10% failed locally, 7.3% had regional failure and 22.7% distant failure. The 2 - and 5 -year local control was 91% and 85%, respectively. The 2 - and 5 -year regional control were both 92%, and the distant metastasis free survival and overall survival (OS) were 80% and 67%; 75% and 45%, respectively. Median OS was 51,3 months. No grade 3 toxicity was reported. Late grade 2 toxicity occurred in 26% of patients (11% pneumonitis, 7% fatigue, 2% rib fracture, 4% chest wall pain, and 2% esophagitis). Prognostic factors correlated with better OS were: age <70 years (p = 0.03), female gender (p = 0.005), absence of cardiac and/or pulmonary comorbidities (p = 0.03) and good performance status 0 -1 (p = 0.001). Conclusion: High rates of local control were achieved in our population of early stage NSCLC patients treated with SBRT, with good survival outcomes and toxicity profile, comparable to other published data. SBRT is safe and efficacious in the definitive treatment of patients with early stage NSCLC (I/II).
Introdução: A Radioterapia Estereotáxica Fraccionada (SBRT) é a principal alternativa à cirurgia para doentes com carcinoma de pulmão de células não pequenas (CPNPC) em estádio clínico I ou II que apresentem comorbilidades significativas que impeçam a ressecção segura ou para aqueles que recusem a cirurgia. Métodos: Foram analisados os doentes com CPNPC em estádio clínico I ou II tratados com SBRT na nossa instituição, entre Janeiro de 2015 e Dezembro de 2019, retrospectivamente. As características dos doentes, resultados relacionados com o tratamento e toxicidades foram analisados. As taxas de controlo e sobrevivência foram calculadas pelo método de Kaplan -Meier. As toxicidades aguda e tardia foram classificadas de acordo com o CTCAE v4.0. Resultados: Foram identificados 110 doentes, 78 homens e 32 mulheres, com uma idade mediana de 75,5 anos (50-90 anos) e um status performance ECOG de 0 ou 1 em 73% desses doentes. Biópsia comprovada em 65% dos casos, dos quais 36% eram adenocarcinomas (ADC) e 21% carcinomas pavimento -celulares (CPC). 65% dos doentes foram estadiados como IA (T1N0), 33% como IB (T2aN0) e 2% como IIB (T3N0), todos estadiados clinicamente com PET -CT. A maioria dos tumores (70%) tinha localização periférica, e a mediana de tamanho era de 24.3mm. 48 Gy em 4 frações foi o esquema mais utilizado (70%), seguido de 50 Gy em 5 frações (17,3%). 110 doentes foram elegíveis para avaliação de recidiva. Com um follow -up mediano de 53 meses (IC95% 42 a 57 meses), 32 doentes (29.1%) tiveram recidiva da doença, dos quais: 10% local, 7.3% regional e 22.7% à distância. O controlo local (CL) aos 2 e 5 anos foi de 91% e 85%, respectivamente. Ainda aos 2 e 5 anos, o controlo regional (CR) foi de 92% em ambos os casos, a sobrevivência livre de metástases (SLM) de 80% e 67% e a sobrevivência global (SG) de 75% e 45%, respectivamente. SG mediana foi de 51,3 meses. Nenhuma toxicidade de grau ≥3 foi relatada. Toxicidade tardia de grau 2 ocorreu em 26% dos doentes (11% pneumonite, 7% fadiga, 2% fractura de costela, 4% dor na parede torácica, 2% esofagite). Os factores de prognóstico correlacionados com melhor SG foram a idade inferior a 70 anos (p=0.03), o sexo feminino (p=0.005), a ausência de comorbilidades cardíacas e/ou pulmonares (p=0.03) e o bom performance status 0 -1 (p=0.001). Conclusão: Na nossa população de doentes com CPNPC em estádio inicial (I/II) tratados com SBRT, foi alcançado um controlo local e resultados de sobrevivência muito favoráveis, com óptimo perfil de toxicidade, resultados comparáveis com séries publicadas na literatura, reforçando assim o papel da SBRT como tratamento seguro e eficaz nestes doentes.