Autor(es):
Pinto, Joel ; Almeida, Paulo ; Meireles, Daniela ; Araújo, Ana
Data: 2021
Origem: Acta Médica Portuguesa
Assunto(s): Portugal; Strongyloidiasis/diagnosis; Strongyloides stercoralis; Estrongiloidíase/diagnóstico; Portugal; Strongyloides stercoralis
Descrição
Strongyloides stercoralis is a parasite capable of surviving for decades in a single host, due to its ability of auto-infection. Strongyloidiasis usually presents a chronic and asymptomatic evolution, and isolated eosinophilia, cutaneous or gastrointestinal abnormalities are the most frequent findings. Between the 1910s and 1980s, several cases of autochthonous strongyloidiasis in Portugal have been described. We report the case of a patient with abdominal pain, ascites and marked eosinophilia. The diagnostic investigation excluded frequent causes of eosinophilia. The diagnosis of strongyloidiasis was confirmed by immunoenzymatic positivity of the antibody to Strongyloides stercoralis. Since the patient lived in a region where several cases of strongyloidiasis were diagnosed in the past, and given the absence of previous trips abroad, this is the first case identified in recent decades of autochthonous strongyloidiasis in Portugal. The authors point out the possibility of chronic infection acquired in regions previously considered foci of great endemicity.
O Strongyloides stercoralis é um parasita capaz de sobreviver durante décadas num só hospedeiro, graças à sua capacidade de autoinfecção. A estrongiloidíase apresenta uma evolução habitualmente crónica e assintomática, sendo a eosinofilia isolada, as alterações cutâneas e gastrointestinais as manifestações mais frequentes. Entre as décadas de 1910 e 1980, vários casos de estrongiloidíase autóctone de Portugal foram descritos. Os autores apresentam o caso de uma doente com dor abdominal, ascite e eosinofilia marcada. O estudo etiológico excluiu causas frequentes de eosinofilia, sendo confirmado o diagnóstico de estrongiloidíase pela positividade imunoenzimática do anticorpo para Strongyloides stercoralis. Residindo a doente numa região onde foram, no passado, diagnosticados vários casos de estrongiloidíase e na ausência de viagens previas para o estrangeiro, este representa o primeiro caso identificado nas últimas décadas de estrongiloidíase autóctone em Portugal. Os autores alertam para a possibilidade de infeção crónica adquirida em regiões consideradas, previamente, focos de grande endemicidade.