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Devising another eternity: readings of Penthesilea in Vasco Graça Moura and Hélia Correia

Author(s): Sousa, Sandra

Date: 2020

Origin: Forma Breve


Description

Western literary and artistic tradition was particularly disdainful towards the representation of the epic battle between Achilles and Penthesilea, whose representation found no place in the Homeric poems. This amazon’s myth wasn’t depicted in any dramatic or epic text like some other classical tradition heroines such as Medea, Antigone and Helen were. Because the literary records of the myth are rare (in archaic Greece, in the Epic Cycle, The Aethiopis; in the 1st century B.C. by Diodorus Siculus and Apollodorus; by the epic poet Quintus of Smyrna, who lived between the III and IV centuries B.C.), interest in its revitalization has been scarce over the centuries. In this sense, it is relevant to observe the interest that this battle between these two Greek heroes, Penthesilea and Achilles, which traditionally highlights the king of the Myrmidons’ fragilities in what concerns love and the military qualities of the amazon warrior, aroused in the two Portuguese authors, Vasco Graça Moura and Hélia Correia. Using as objects of study Vasco Graça Moura’s sombras com aquiles e pentesileia (1999) and Hélia Correia’s brief prose work Penthesiléa, taken from a small set of texts titled Apodera-te de Mim (2002), we aim at approaching these rereadings of the myth in light of the classical tradition in order to further understand its contribution to the strengthening of the presence of classical myths in contemporary Portuguese literature.

A tradição literária e artística ocidental foi particularmente despiciente no que toca à representação da épica batalha travada por Aquiles e Pentesileia, cuja representação não encontra lugar nos poemas homéricos. O mito desta amazona não constituiu alvo de nenhum texto dramático ou épico, ao contrário do que aconteceu com outras heroínas da tradição clássica, nomeadamente Medeia, Antígona e Helena. Sendo raros os registos literários do mito (na Grécia arcaica, no Ciclo Épico, Etiópida; no século I a. C., por Diodoro Sículo e Apolodoro; pelo poeta épico Quinto de Esmirna, que viveu entre os séculos III e IV d. C.), o empenho pela sua revitalização tem-se mostrado particularmente escasso ao longo dos séculos. Neste sentido, torna-se pertinente notar o interesse que a batalha entre estes dois heróis gregos, Aquiles e Pentesileia, que põe tradicionalmente em relevo as fragilidades amorosas do rei dos mirmidões e as qualidades bélicas da amazona, suscitou em dois autores portugueses, Vasco Graça Moura e Hélia Correia. Pretendemos, neste sentido, abordar as releituras do mito nas obras sombras com aquiles e pentesileia (1999), de Vasco Graça Moura, e na breve prosa Penthesiléa, retirada de um pequeno conjunto de textos intitulado Apodera-te de Mim (2002), de Hélia Correia, à luz da tradição clássica, compreendendo assim os contributos para o fortalecimento da presença de mitos clássicos na literatura portuguesa contemporânea.

Document Type Journal article
Language Portuguese
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