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Testes rápidos de antigénio e efetividade da vacina contra a COVID-19 nos cuidados de saúde primários, em Portugal: explorando o potencial de viés

Autor(es): Gómez, Verónica ; Delaunay, Charlotte Laniece ; Kissling, Esther ; Verdasca, Nuno ; Gomes, Licínia ; Guiomar, Raquel ; Machado, Ausenda ; Rodrigues, Ana Paula

Data: 2025

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/10512

Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde

Assunto(s): COVID-19; SARS-CoV-2; Testes Rápidos de Antigénio; TRAg; Infecções Respiratórias; Cuidados de Saúde Primários; Cuidados de Saúde; Doenças Infecciosas; Saúde Pública; Portugal


Descrição

A disponibilização dos testes rápidos de antigénio (TRAg) permitiu que o diagnóstico de infeção por SARS-CoV-2 possa ser feito antes ou durante uma consulta médica. Este conhecimento pode condicionar a procura de cuidados e por outro lado, o Médico de Família (MF) pode ter informação sobre o estado de infeção antes do recrutamento do doente para os estudos de efetividade vacinal. Estudos com desenho de caso-controlo teste-negativo (TND), tradicionalmente usados para estimar a efetividade da vacina contra a COVID-19, podem assim incorrer em viés se a realização dos TRAg e a consulta com o MGF variarem consoante o estado vacinal e o resultado do autoteste. Este estudo descreve os padrões de autoteste em cuidados de saúde primários e as diferenças entre indivíduos que realizaram autoteste e não, nos cuidados de saúde primários em Portugal, avaliando o potencial de viés nos estudos de efetividade vacinal contra a COVID-19. Foram incluídos indivíduos com 60 ou mais anos com Infeção Respiratória Aguda (IRA) que consultaram um MGF entre setembro de 2022 e maio de 2023. Foram recolhidos dados demográficos, de vacinação, testagem, sinais e sintomas e comorbilidades. Dos 166 indivíduos incluídos (21 casos, 145 controlos), 67 (40%) realizaram TRAg. Estes foram mais frequentemente mulheres (72% vs. 67%) e mais jovens (94% entre 60-79 anos vs. 87%). Os indivíduos que realizaram autotestes tiveram uma taxa de positividade para SARS-CoV-2 de apenas 10%, comparado com 14% entre aqueles que não realizaram autoteste. Além disso, apresentavam menor prevalência de doenças crónicas (64% vs. 79%) e foram menos vacinados na campanha vacinal sazonal (39% vs. 53%). Os resultados sugerem uma possível associação negativa entre vacinação e TRAg. A elevada proporção de indivíduos que realizaram TRAg (40%) pode gerar viés no estudo de EV, reforçando a necessidade de estudos com maior dimensão e estimativas de efetividade vacinal estratificadas de acordo com esta variável.

Rapid antigen self-tests allow SARS-CoV-2 diagnosis without consulting a General Practitioner (GP). A test-negative design (TND) study estimating COVID-19 vaccine effectiveness may be biased if self-testing and GP consultation differ by vaccination status and self-test results. This study describes self-testing patterns and differences between self-testers and non-self-testers in primary care in Portugal to assess potential bias. Using TND data (September 2022–May 2023), we included patients aged 60+ with Acute Respiratory Infection (ARI) consulting a GP. GPs collected data on demographics, vaccination, self-test use, and clinical status. Cases were RT-PCR positive for SARS-CoV-2; controls were negative. Of the 166 patients included (21 cases, 145 controls), 67 (40%) performed a self-test. These individuals were more likely to be female (72% vs. 67%) and younger (94% aged 60–79 vs. 87%). Those who self-tested had a lower SARS-CoV-2 positivity rate (10% vs. 14%), a lower prevalence of chronic conditions (64% vs. 79%), and were less frequently vaccinated in the seasonal vaccination campaign (39% vs. 53%). Results suggest a potential negative association between vaccination and self-testing. Given the high self-testing rate (40%), bias may be significant. The small sample size limited further analysis, highlighting the need for larger studies with vaccine effectiveness estimates stratified by self-testing.

Tipo de Documento Artigo científico
Idioma Português
Contribuidor(es) Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Licença CC
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