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Surto de parotidite epidémica numa escola secundária do concelho de Vila Real de Santo António, Portugal, janeiro-fevereiro de 2019

Author(s): Neves, Raquel ; Lourenço, Teresa ; Ribeiro, Carlos ; Palminha, Paula

Date: 2020

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.18/7080

Origin: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde

Subject(s): Parotidite; Parotidite Epidémica; Surtos; Doenças Evitáveis pela Vacinação; Saúde Pública; Portugal


Description

A parotidite epidémica (“papeira”) é uma doença contagiosa causada por um vírus de RNA, pertencente à família Paramixovírus, género Rubulavirus. O vírus da parotidite epidémica tem apenas um serotipo, mas 12 genótipos diferentes (A, B, C, D, F, G, H, I, J, K, L, N). Em Portugal, a vacina contra a papeira foi introduzida no Plano Nacional de Vacinação (PNV) em 1987 combinada com a vacina do sarampo e rubéola (VASPR). Desde a sua introdução, as taxas de cobertura vacinal referentes a esta vacina têm sido altas, contudo, o número de casos de papeira notificados, sem a ocorrência de surtos, foi sempre elevado comparativamente ao número de casos de sarampo e rubéola. Este trabalho teve como objetivo a confirmação laboratorial de um surto de parotidite epidémica ocorrido numa escola secundária do concelho de Vila Real de Santo António, Portugal, entre janeiro e fevereiro de 2019. A confirmação laboratorial dos casos foi efetuada através da deteção do RNA viral e da determinação de IgG e IgM utilizando reagentes comerciais. A determinação do genótipo foi efetuada por sequenciação cíclica. Entre janeiro e fevereiro de 2019, foram identificados 19 casos suspeitos de parotidite epidémica numa escola secundária do concelho de Vila Real de Santo António. A mediana de idades dos casos foi de 17,5 anos e apenas um indivíduo era não vacinado. O Laboratório Nacional de Referência de Doenças Evitáveis pela Vacinação recebeu produtos biológicos de 10 destes casos para confirmação laboratorial. Dos 10 casos em estudos, 5 foram confirmados laboratorialmente através da deteção do ácido nucleico viral, dos quais 4 eram indivíduos vacinados. Apenas um destes casos apresentava anticorpos IgM correspondendo ao indivíduo não vacinado. Os estudos de genotipagem mostraram que o vírus responsável por este surto pertence ao genótipo G. Do presente surto salienta-se que não foram detetados anticorpos IgM nos indivíduos vacinados, sendo a confirmação laboratorial destes casos só possível através da deteção do RNA viral. Os 5 casos não confirmados laboratorialmente eram todos indivíduos vacinados e 2 não apresentavam sintomas compatíveis com a definição de caso de parotidite epidémica. No entanto, é de referir que o intervalo de tempo entre o aparecimento dos sintomas e a colheita dos produtos biológicos foi superior a 7 dias, o que pode ter condicionado os resultados laboratoriais. Por último, salienta- se que a ocorrência, em diversos países, de surtos de parotidite epidémica em adolescentes vacinados associados ao genótipo G, vem reforçar a importância da rápida confirmação laboratorial dos casos suspeitos, a qual deverá ser efetuada pela deteção do RNA viral, uma vez que só este parâmetro pode confirmar um caso de parotidite epidémica neste grupo populacional.

Document Type Journal article
Language Portuguese
Contributor(s) Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
CC Licence
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